A Eletrobras firmou um acordo para construir em Moçambique uma hidroléctrica de 1.500 megawatts (MW) e duas linhas de transmissão de extensão de cerca de 1.500 quilômetros cada uma, disse o presidente da estatal brasileira, José da Costa Carvalho Neto, nesta quarta-feira.
Segundo Neto, os projectos demandarão investimentos totais de 6 bilhões de dólares.
"Uma das coisas que estão a ser estudadas é um financiamento do BNDES. Vamos verificar as condições deles", disse ele, referindo-se ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
"Há outras empresas interessadas, internacionais, porque é um projecto muito grande. A Eletrobras pode ter até 49 por cento de participação no projecto, mas o mais provável para acontecer é que fique em torno de 30 por cento."
A infra-estrutura apenas está orçada em 2,3 bilhões de dólares e as duas linhas de transmissão em 3,7 bilhões de dólares.
Segundo o executivo, um acordo de confidencialidade já tinha sido firmado entre os dois países ainda no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e o projecto vem a caminhando.
Foram firmados acordos de pré-viabilidade e de estudo de viabilidade. "Se tudo passar como esperamos, o projecto vai ser feito, mas ainda falta assinar", disse.
Eles explicou que as empresas envolvidas no projecto, Eletrobras e a Electricidade de Moçambique (EDM), teriam cerca de um ano e meio para avaliar os custos e orçamento, e depois desse período seria assinado um contrato comercial para definir a participação precisa de cada envolvida.
Carvalho Neto acredita que no final do ano que vem o projecto estará pronto para ser executado e a construção levaria de três a quatro anos.
Carvalho Neto informou que recebeu nesta quarta-feira a visita de autoridades do governo de Moçambique e da empresa Electricidade de Moçambique.
Fonte: RM
Thursday, April 19, 2012
Monday, April 16, 2012
Presidente Guebuza e Dlakhama encontraram-se em Nampula
Domingo, 15 Abril 2012 22:36
O presidente da República Armando Guebuza e o líder da Renamo Afonso Dhlakama estiveram reunidos na tarde deste domingo na sede do governo provincial da província de Nampula. O encontro, que durou cerca de duas horas, serviu para, mais uma vez, resolver um impasse ligado a questões de paz, democracia e bem-estar dos moçambicanos, segundo Afonso Dhlakama.
Este encontro aconteceu rodeado de secretismo, por parte do Governo central e dos assessores da Presidência da República, mas já tinha sido anunciado pela Renamo no último sábado, embora sem avançar os assuntos que iriam ser discutidos.
No fim do encontro, o líder da perdiz mostrou-se satisfeito por ter dialogado com o chefe do Estado pela segunda vez em menos de seis meses e considera que “este é um sinal de que as coisas estão a mudar para o bem e que Armando Guebuza começa a entender que é através da comunicação que as pessoas se entendem. Este encontro significa uma viragem para a solução dos vários problemas que afectam o povo moçambicano. Este era um homem duro, mas agora está a entender que o país precisa de diálogo entre as pessoas”.
Afonso Dhlakama disse ainda que em relação à invasão da delegação do seu partido pela Força de Intervenção Rápida, efectuada no dia 8 de Março, Armando Guebuza mostrou-se sensibilizado e pediu desculpas. “Eu queixe-me da provocação e ele lamentou muito. Se eu tivesse autorizado o direito de resposta o país estaria em caos”.
Aliás, antes do encontro, alguns membros da Guarda Presidencial, agentes da FIR e os homens da segurança e deputados da Renamo trocaram palavras no exterior do edifício do governo provincial. Os homens da Renamo diziam estar preparados para começar a guerra, posição reiterada pela segurança da Presidência.
Fonte: A Verdade
O presidente da República Armando Guebuza e o líder da Renamo Afonso Dhlakama estiveram reunidos na tarde deste domingo na sede do governo provincial da província de Nampula. O encontro, que durou cerca de duas horas, serviu para, mais uma vez, resolver um impasse ligado a questões de paz, democracia e bem-estar dos moçambicanos, segundo Afonso Dhlakama.
Este encontro aconteceu rodeado de secretismo, por parte do Governo central e dos assessores da Presidência da República, mas já tinha sido anunciado pela Renamo no último sábado, embora sem avançar os assuntos que iriam ser discutidos.
No fim do encontro, o líder da perdiz mostrou-se satisfeito por ter dialogado com o chefe do Estado pela segunda vez em menos de seis meses e considera que “este é um sinal de que as coisas estão a mudar para o bem e que Armando Guebuza começa a entender que é através da comunicação que as pessoas se entendem. Este encontro significa uma viragem para a solução dos vários problemas que afectam o povo moçambicano. Este era um homem duro, mas agora está a entender que o país precisa de diálogo entre as pessoas”.
Afonso Dhlakama disse ainda que em relação à invasão da delegação do seu partido pela Força de Intervenção Rápida, efectuada no dia 8 de Março, Armando Guebuza mostrou-se sensibilizado e pediu desculpas. “Eu queixe-me da provocação e ele lamentou muito. Se eu tivesse autorizado o direito de resposta o país estaria em caos”.
Aliás, antes do encontro, alguns membros da Guarda Presidencial, agentes da FIR e os homens da segurança e deputados da Renamo trocaram palavras no exterior do edifício do governo provincial. Os homens da Renamo diziam estar preparados para começar a guerra, posição reiterada pela segurança da Presidência.
Fonte: A Verdade
Tuesday, April 10, 2012
Guebuza e Coelho selam acordo que completa transferência da HCB
O Presidente da República de Moçambique, Armando Guebuza, e o Primeiro-Ministro de Portugal, Pedro Passos Coelho, assinaram esta tarde o acordo que formaliza a transferência de 7.5 % das acções da Hidroeléctrica de Cahora Bassa que ainda estavam na posse do Governo luso.
O acto marcou o ponto mais alto da visita de dois dias que Passos Coelho efectua a Maputo e que teve início na manha desta segunda-feira. Com o acordo, Moçambique passa a deter 92.5 % das acções da HCB e os restantes 7.5% que estavam na posse de Portugal passam para a empresa lusa REN-Rede de Energia.
Pela compra dos 7.5% Moçambique deverá efectuar o pagamento de 42 milhões de dólares norte-americanos, facto que deverá acontecer até Setembro de 2012, segundo explicou o Ministro da Energia, Salvador Namburete, logo após a assinatura do acordo.
Falando instantes depois das conversações que decorreram no Gabinete da Presidência da Republica, o Chefe de Estado Armando Guebuza considerou que este protocolo vai contribuir para a concretização dos projectos energéticos no nosso país.
Por seu turno, Pedro Passos Coelho disse que este acordo veio marcar novos passos no relacionamento entre Moçambique e Portugal. Para esta noite está previsto um banquete oficial que será oferecido pelo Chefe de Estado Moçambicano a delegação chefiada por Pedro Passos Coelho. Na agenda da visita para amanhã do Primeiro-Ministro Luso está prevista uma visita a um projecto social financiado pelo Governo Português.
Por Alfredo Lituri (Texto e Fotos)
Fonte :SAPO MZ – 09.04.2012
Friday, April 6, 2012
Presidente do Malawi morreu
O presidente do Malawi, Bingu wa Mutharika, morreu após sofrer um ataque cardíaco esta quinta-feira, disseram fontes oficiais. Segundo as fontes, citadas pela agências Reuters, Mutharika de 78 anos, deu entrada já sem vida no hospital Central Kamuzu, onde foi internado após desmaiar na manhã de quinta-feira.
Um repórter da Reuters em Lilongwe, a capital, testemunhou cenas caóticas no momento em que a primeira-dama Callista Mutharika e vários ministros deixavam o Hospital, onde o presidente foi internado. "Houve pânico", disse um funcionário do hospital à Reuters. "Nunca estivemos preparados para tal eventualidade. Ele sofreu uma parada cardíaca, e sua condição ainda é instável."
O Malawi, um dos países mais pobres do mundo, não tem recursos hospitalares adequados, e por isso uma ambulância deixou o hospital levando o presidente para o aeroporto, de onde ele embarcou para a África do Sul.
A vice-presidente Joyce Banda, inimiga política de Mutharika, deverá assumir o cargo em caso mas isso pode colocá-la em rota de colisão com o círculo íntimo de Mutharika, inclusive com seu irmão Peter, ministro do país, que costuma assumir o cargo na ausência do titular.
A polícia mobilizou forças na capital, tendo se posicionado nas proximidades da residência de Joyce Banda. Há indicações de oficiais militares terem assumido posições na casa do presidente, segundo testemunhas.
A doença de Mutharika despertou pouca solidariedade nas ruas de Blantyre, maior cidade do país, onde muita gente o vê como um ditador responsável por falhas económicas que causam escassez de combustível, alimentos e moedas estrangeiras.
Muito contestado
Bingu wa Mutharika chegou a presidência em 2004, e foi reeleito em 2009. Era um economista de formação que trabalhou para várias organizações internacionais dos quais o Banco Mundial (BM).
O seu poder tem sido muito contestado nos últimos meses, devido a degradação da situação económica e política do país e numerosos opositores e investidores estrangeiros criticam a sua governação autoritária.
Uma manifestação, organizada pela sociedade civil em Julho de 2011, foi reprimida pela polícia e foram mortas 19 pessoas.
Fonte: Verdade
Thursday, April 5, 2012
APREENDIDAS ARMAS DE FOGO DE PROVENIÊNCIA DUVIDOSA
Na posse do comandante da PRM em Nacala-Porto
-São 64 espingardas automáticas e semi-automáticas
Um total de 64 espingardas automáticas e semi-automáticas de diversos calibres e mais de cinco mil munições que se encontravam guardadas ilegalmente nas instalações do comando distrital da Polícia da República em Nacala-porto, foram apreendidas há dias pela corporação naquela região do país, num processo que, aparentemente, envolve o comandante local da PRM, Damião Moiane e outros quatro agentes subalternos, bem como gestores das empresas MOCARGO e JDIConsultores, que operam naquele município.
São armas de tipo AK-47, “Rifles” de alta precisão de tiro, munidas de mira telescópica com capacidade de atingir o alvo a uma distância de 7 mil metros, de fabrico russo, chinês e americano.
Segundo Inácio Dina, porta-voz do comando da Polícia em Nampula, as equipas técnicas mandatadas para investigar a denúncia da circulação daquele material bélico no território nampulense, chegaram à conclusão de que o mesmo era introduzido via aérea, a partir do aeroporto de Nampula, bem como marítima em Nacala.
Depois de desembarcado, num processo clandestino, o material era posteriormente “escoltado” por agentes da PRM afectos ao comando de Nacalaporto, que confessaram terem agido a mando do respectivo comandante, Damião Moiane.
Chegadas a Nacala-porto, as armas eram imediatamente acondicionadas nas instalações do Comando distrital da PRM, antes de serem novamente “escoltadas” para os navios agenciados pela MOCARGO, empresa que se presume saber o destino final das mesmas.
Para a PRM, pesam sobre o comandante Damião e outros quatro agentes subalternos, o crime de desvio de fundos do Estado. Pois que consta que o grupo teria recebido entre Maio de 2011 a Março de 2012 (data do início do esquema e da sua neutralização, respectivamente), muito dinheiro (havendo fontes que falam de pouco mais de 500 mil dólares americanos), pela logística referente ao transporte, arrecadação e escolta do armamento clandestino do material bélico.
Por lei, os valores resultantes desta actividade devem reverter para os cofres da Policia e dos serviços sociais da mesma e não para os bolsos de quem efectua a tarefa.
No transporte de uma arma de Nampula a Nacala-porto, o comandante Damião teria fixado a taxa de 15 mil meticais, para além de 7 mil/dia e 1.500 meticais, pelo acondicionamento nas instalações do comando da PRM e transporte para os navios da MOCARGO, respectivamente.
O que prova o envolvimento dos agentes da lei são os cheques nominais que as empresas MOCARGO e JDIConsultores pagavam aos homens da lei, segundo revelam os extractos bancários.
As armas foram encontradas no gabinete do comandante, chefe das operações e não na arrecadação do comando, local apropriado. Para além disso, o comandante chegou a propor a movimentação de alguns agentes envolvidos no esquema, de um local para outro onde podiam ser muito mais prestáveis ao negócio – explicou Dina.
Quanto à MOCARGO, que se presume ser a instituição que, juntamente com uma outra de consultoria denominada JDI, faziam o encaminhamento das armas para o destino final, não conseguiram provar que, para além da vocação de transporte de carga normal e actividade de consultoria, respectivamente, também podem manusear armas de fogo.
Algumas malas, onde as armas se encontram acondicionadas, ostentam nomes de empresas de segurança, designadamente MODANCE SECURITY, SEA GUARD, KENYA RISCK, BLACK PEARL, entre outras em número de nove, supostamente responsáveis pela escolta de navios cujo trajecto marítimo para os locais de destino, passa pelo golfo de Aden, na Somália, onde a acção de pirataria marítima é uma realidade.
De recordar que no dia 15 de Setembro de 2011, quatro cidadãos norte americanos, portando armas de fogo de referência similar ou igual às apreendidas em Nacala-porto, foram neutralizados no Aeroporto Internacional de Nampula, após desembarcar num voo da Kenya Airways. Os quais confessaram, na altura, pertencerem à empresas de segurança marítima e que se deslocavam à Nacala-porto para embarcar num navio com destino à Ásia.
Por determinação do Procurador-Geral da República, o grupo viria a ser restituído à liberdade.
A PRM assegura que as espingardas serão revertidas para o Estado.
Fonte: WAMPHULA FAX – 04.04.2012
-São 64 espingardas automáticas e semi-automáticas
Um total de 64 espingardas automáticas e semi-automáticas de diversos calibres e mais de cinco mil munições que se encontravam guardadas ilegalmente nas instalações do comando distrital da Polícia da República em Nacala-porto, foram apreendidas há dias pela corporação naquela região do país, num processo que, aparentemente, envolve o comandante local da PRM, Damião Moiane e outros quatro agentes subalternos, bem como gestores das empresas MOCARGO e JDIConsultores, que operam naquele município.
São armas de tipo AK-47, “Rifles” de alta precisão de tiro, munidas de mira telescópica com capacidade de atingir o alvo a uma distância de 7 mil metros, de fabrico russo, chinês e americano.
Segundo Inácio Dina, porta-voz do comando da Polícia em Nampula, as equipas técnicas mandatadas para investigar a denúncia da circulação daquele material bélico no território nampulense, chegaram à conclusão de que o mesmo era introduzido via aérea, a partir do aeroporto de Nampula, bem como marítima em Nacala.
Depois de desembarcado, num processo clandestino, o material era posteriormente “escoltado” por agentes da PRM afectos ao comando de Nacalaporto, que confessaram terem agido a mando do respectivo comandante, Damião Moiane.
Chegadas a Nacala-porto, as armas eram imediatamente acondicionadas nas instalações do Comando distrital da PRM, antes de serem novamente “escoltadas” para os navios agenciados pela MOCARGO, empresa que se presume saber o destino final das mesmas.
Para a PRM, pesam sobre o comandante Damião e outros quatro agentes subalternos, o crime de desvio de fundos do Estado. Pois que consta que o grupo teria recebido entre Maio de 2011 a Março de 2012 (data do início do esquema e da sua neutralização, respectivamente), muito dinheiro (havendo fontes que falam de pouco mais de 500 mil dólares americanos), pela logística referente ao transporte, arrecadação e escolta do armamento clandestino do material bélico.
Por lei, os valores resultantes desta actividade devem reverter para os cofres da Policia e dos serviços sociais da mesma e não para os bolsos de quem efectua a tarefa.
No transporte de uma arma de Nampula a Nacala-porto, o comandante Damião teria fixado a taxa de 15 mil meticais, para além de 7 mil/dia e 1.500 meticais, pelo acondicionamento nas instalações do comando da PRM e transporte para os navios da MOCARGO, respectivamente.
O que prova o envolvimento dos agentes da lei são os cheques nominais que as empresas MOCARGO e JDIConsultores pagavam aos homens da lei, segundo revelam os extractos bancários.
As armas foram encontradas no gabinete do comandante, chefe das operações e não na arrecadação do comando, local apropriado. Para além disso, o comandante chegou a propor a movimentação de alguns agentes envolvidos no esquema, de um local para outro onde podiam ser muito mais prestáveis ao negócio – explicou Dina.
Quanto à MOCARGO, que se presume ser a instituição que, juntamente com uma outra de consultoria denominada JDI, faziam o encaminhamento das armas para o destino final, não conseguiram provar que, para além da vocação de transporte de carga normal e actividade de consultoria, respectivamente, também podem manusear armas de fogo.
Algumas malas, onde as armas se encontram acondicionadas, ostentam nomes de empresas de segurança, designadamente MODANCE SECURITY, SEA GUARD, KENYA RISCK, BLACK PEARL, entre outras em número de nove, supostamente responsáveis pela escolta de navios cujo trajecto marítimo para os locais de destino, passa pelo golfo de Aden, na Somália, onde a acção de pirataria marítima é uma realidade.
De recordar que no dia 15 de Setembro de 2011, quatro cidadãos norte americanos, portando armas de fogo de referência similar ou igual às apreendidas em Nacala-porto, foram neutralizados no Aeroporto Internacional de Nampula, após desembarcar num voo da Kenya Airways. Os quais confessaram, na altura, pertencerem à empresas de segurança marítima e que se deslocavam à Nacala-porto para embarcar num navio com destino à Ásia.
Por determinação do Procurador-Geral da República, o grupo viria a ser restituído à liberdade.
A PRM assegura que as espingardas serão revertidas para o Estado.
Fonte: WAMPHULA FAX – 04.04.2012
Monday, April 2, 2012
Inhambane – um sinal dos tempos!
Edwin Hounnou - edhounnou@yahoo.com.br
O comportamento da Frelimo, no poder desde a Independência Nacional, em 1975, na cidade de Inhambane, é típico de quem nunca sentiu escoriação política na luta pela conquista de espaço.
A tranquilidade que tem estado a demonstrar ou mesmo a ausência total de actividade de base revela a mentalidade de quem pensa que o Sul é seu “feudo político” por direito natural.
Acha que não é preciso trabalhar com as bases porque o povo vai votar em si e em seus candidatos.
A Frelimo pensa que basta lançar a Força da Intervenção Rápida e o STAE para manobras mais sofisticadas a fim de impedirem que seja perturbado o eterno sono dos “grandes da Nação”.
Desde os primórdios do multipartidarismo que o território ficou, aparentemente, dividido. Entre o Rio Save e a Ponta de Ouro, zona de línguas derivadas do tsonga, pertence à Frelimo. A Renamo não trabalha nesta região por se ter convencido de que é território do “outro”.
Entre os rios Save e Rovuma, pertence à Renamo, notando-se nesta região malabaristas da Frelimo num exercício de dominar tudo, diferente da Renamo que se encontra em profunda letargia. Assim, assistiu-se à reconquista da Zambézia, Nampula, Niassa, Tete, Manica e Sofala, pela Frelimo, nas eleições de 2004 e a perda dos cinco municípios governados pela “perdiz”, a partir de 2003.
Agora, é diferente. Não há divisão territorial por afinidade e nisso enganou-se o “defensor” dos camaradas, Dr. Almeida Santos, ex-presidente da Assembleia portuguesa, que profetizou que o MDM é um fenómeno circunscrito ao Xiveve.
Quando Quelimane foi tomada, a 07 de Dezembro de 2011, Almeida Santos ficou calado. Vai ficar mudo com a eminente queda de Inhambane, a 18 de Abril próximo.
A Força de Intervenção Rápida usada para abafar os levantamentos populares e aniquilar os adversários do partido governamental, como ficou demonstrado em Quelimane, não será capaz de parar o vento com as balas, cassetetes e algemas.
A polícia deixa antever que a eleição intercalar de 18 de Abril poderá vir a ser uma das batalhas mais difíceis travadas depois da longa guerra dos 16 anos. A intimidação dos jornalistas já começou e a travessia do Rio Save voltou aos tempos das guias de marcha, alegando quem o faz que está para controlar “movimentos estranhos”.
Mas entretanto vai procurando humilhar gente honesta, gente pacífica, moçambicanos simples com projectos de vida sérios como aconteceu com os jovens que integrados numa comitiva do MDM foram recentemente mal tratados pela Polícia a mando de alguém que continua a querer que se confunda Estado com os seus interesses pessoais.
Não será a polícia que vai impedir a vontade do povo de Inhambane de escolher o seu novo presidente municipal. Não será o STAE que irá conseguir desviar a vontade popular.
A Polícia e o STAE não sabem ler os sinais dos tempos como as forças dos regimes de Hosni Mubarack, do Egipto, e Muhamar Khadafi, da Líbia, não souberam interpretar a vontade dos povos oprimidos pelos regimes que serviam.
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, escreveu Luís de Camões.
Inhambane poderá ser mais um passo no sentido do desmoronamento do absolutismo da Frelimo e o princípio de um Moçambique realmente unido.
Sem intimidação policial nem a “magia” do STAE, a Frelimo poderá ser, severamente, vencida nestas eleições “intercalares” de Inhambane cuja campanha eleitoral se inicia na próxima terça-feira, 03 de Abril.
Todos os condimentos estão no espírito, sobretudo das gentes fartas de promessas, para que Inhambane se torne um ponto de viragem. Na Frelimo o discurso é que se Inhambane cai, cai o resto. Inhambane ganha com isso uma importância vital no percurso da construção da democracia em Moçambique. Foi ali que se escreveu a primeira Constituição, é ali que os “manhambanas” poderão ditar novos rumos à História do País.
Estas eleições de 18 de Abril em Inhambane, poderão ficar para a História. Neles pode-se fazer História.
Os cidadãos de Inhambane querem mudanças e estão fartos de mentiras.
A mensagem que poderá sair de Inhambane nestas “intercalares” é que
“Ninguém é dono de nada” e o País pertence realmente ao Povo.
Fonte: Canal de Moçambique – 28.03.2012
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