Caros Leitores,
Moçambicanos/Moçambicanas.
Já Passou tanto tempo sem postar ou escrever meus proprios artigos neste blog,denominado, "Voz de Nampula" porém a noticia sobre o ex-edil de Nacala me surpreendeu de maneira que não aquentei ficar de boca calada, ou de não escrever sendo a única forma de comunicar com o povo moçambicano, sobretudo o povo de Nacala.
Conheci e falei com o senhor Manuel dos Santos pela primeiramente em 1994 no escritório dele depois das primeiras eleições presidenciais onde eu fui delegado de lista da Renamo no posto de eleições de Mahelene. O meu encontro com ele ocorreu devido ao atraso das remunnerações de Delegados de listas por trabalho feito durante aquelas Eleições. Assim com esse atraso, os delegados formaram um grupo representativo para falar com a pessoa responsavel da Renamo e que na altura era o Senhor Santos. Eu teria sido confiado e escolhido como chefe daquele grupo e daí teve a oportunidade de debater o problrma, até que uma senhora da Renamo que não lembro o nome foi enviada para Nacala pelo Presidente da Renamo Afonso Dhlakama para pagar aos delegados de lista. Apartir daquele momento, sendo eu também membro da cúpula da Renamo da cidade de Nacala pude conhecer melhor o senhor Santos. Quando em 2002 visitei Moçambique e precisamente Nacala, visitei o senhor Santos na sua casa e lembro muito bem que ele me ofereceu um livro da relegião muçulmana o Algorão, "Konran" uma vez que na altura eu estava estudando nos EUA na áreas de relegião e Filosofia além das minhas áreas principais que são de Administração Pública e de empresas.
Entretanto, em nenhum desses momentos disconfiei o senhor Santos como sendo infiel. Nunca poderia pensar nisso pois ele é um homem que sempre amou a palavra de Deus e na altura que conheci exercia as funções de Pastor. Quando ouvi que ele havia sido eleito para ser Presidente do Municipio de Nacala Porto, fiquei muito contente porque, além de ser um pastor mas também eu acahava ele uma pessoa que amava Nacala e povo de Nacala em particular.
Contudo a noticia de hoje,dia 25 de Janeiro de 2012 publicada no jornal online Canalmoz, vem contrariar tudo o que eu sempre pensei sobre o senhor Santos. Este assunto é diferente de todos casos. Fica muito complicado quando um individuo confiado pelo um povo, escolhe trair o seu próprio povo que o confiou. Então isto nos deixa claro que esta é apenas a infracção que foi reveleda pelo senhor Santos e que muitas andaram por aí e não foram descobertas pois ele não as revelou.
Portanto tenho a defender que o senhor Santos não foi traido pelos camaradas da Frelimo,mas sim ele o senhor Santos é que traiu aos camaradas. Não só traiu o povo de Nacala, mas também todo povo moçambican. Sim, o senhor Santos traiu a Renamo, a Frelimo e todo povo moçambicano. Ele sabe muito bem disso. Ele sabe que fez uma coisa muito errada e daí ninguem o confiará mais seja a frelimo ou Renamo, muito mais o povo de Nacala. Será que eu estou enganado? Bem, o tempo nos dirá tudo.
O senhor Santos falhou muito não apenas contra o povo de Nacala e a Renamo mas també contra a Deus. sendo ele senhor Santos um pastor, então ele não soube aplicar a balança correcta, pois a biblia nos ensina o seguinte:
"Balança enganosa é abominação para o SENHOR, mas o peso justo é o seu prazer. Em vindo a soberba, sobrevém a desonra". Proverbios 11: 1-2.
Finalmente quero apelar a todos residentes de Nacala porto para que comecem escutar com atenção, observar, analizar a todos aqueles que dizem que farão algo melhor caso sejam votados. Muitos deles falam muito mas o interesse tem sido pessoal e as vezes partidário.
Eu emploro ao povo de Nacala para futuramente eleger a quem realmente ama Nacala e seu povo. Aquele que realmente ama de verdade. Uma pessoa que conhece Nacala, que conhece muito bem o que o povo de Nacala quer e que possa dedicar a sua vida ao serviço do povo de Nacala. Um indidviduo que não venha dedicar a sua vida apenas à Renamo, ou a Frelimo. Um individuo que sabe Administrar e elever o nível de esperança do povo. Uma pessoa honesta e com uma liderança tipo do Cristo. Em fim um com amor e carisma. Onde nacala encontrará um idividou como esse?
Bem existem por aí Nacalense espalhados por todo mundo que possam servir não so Nacala mas também moçambique ao todo. Pessoas com experiencias. O problema é que muitos formados se acham serem da frelimo como formados e que nesse conteto eles defenderão sempre os interesses da Frelimo, e não do povo de Nacala. Os outros da Renamo também mesma coisa, eles defenderão interesses da Renamo.
Mas é o tempo de apreendermos que dirigir um municipio não é a mesma coisa dirigir um partido. També é preciso sabermos que partido e Municipio são duas coisas muito diferentes.o partido pertence á um certo grupo de pessoas e municipio pertence a todos.
Assim, é por isso quem deve ser um Presidente seja do país ou municipio,(perfeito, Mayor) deve ser capaz de amar a todo povo. Um líder não pode amar dinheir, ou seu partido mais que o seu povo. O líder faz bem por seu povo não para si mesmo.
Para o senhor Santos fica uma lição na vida dele e na vida de todos nós, de que nem todos dizem serem melhores, são melhores.
Obrigado.
Raul Novinte- Voz de Nampula
Wednesday, January 25, 2012
Ex-edil da Renamo em Nacala-Porto reclama dinheiro prometido pela Frelimo
Maputo (Canalmoz) – Em 2009, aquando da realização das quartas eleições gerais e primeiras para as Assembleias Provinciais, o ex-presidente do Município de Nacala-Porto então eleito pelas listas da Renamo, Manuel dos Santos, que perdera pouco antes a sua reeleição a favor do candidato da Frelimo na segunda volta, apareceu a apoiar a Frelimo, jogando farpas para a Renamo, partido pelo qual havia concorrido. Nas eleições municipais um ano atrás concorrera pela Renamo. Afinal tudo era fruto de negociatas envolvendo dois milhões e quinhentos mil meticais.
Agora que “o dinheiro prometido pela Frelimo a Manuel dos Santos não sai”, o ex-edital começa a revelar segredos e cita o nome do empresário Celso Correia, da INSITEC, como a pessoa que iria pagar o tal dinheiro ao ex-edil da Renamo.
Informações que circulam em Nacala, dadas como saindo do próprio ex-edil, indicam que as negociações para Manuel dos Santos mudar da Renamo para Frelimo foram conduzidas pelo jovem empresário Celso Correia e ele próprio tinha-se encarregado de efectuar o pagamento do valor acordado de dois milhões e quinhentos mil meticais. Mas já lá vão três anos, e Manuel dos Santos só recebeu uma parte desse dinheiro.
O Partido Frelimo via Manuel dos Santos como grande adversário naquela cidade. Foi um edil amado pela população e recorde-se, quando em 2008 a Renamo perdeu todas as autarquias para a Frelimo, em Nacala-Porto houve segunda volta. Só assim a Frelimo conseguiu tirar Manuel dos Santos da urbe e pelo que se conta fraudulentamente, comprando o seu silêncio perante troca de resultados.
“Comprando” o edil para apoiar a Frelimo nas eleições de 2009, o partido dos “camaradas” conseguia arrastar os apoiantes de Manuel dos Santos para as suas fileiras. E assim foi, pelo menos em parte.
O acordo entre Manuel dos Santos e Celso Correia, a mando da Frelimo, previa o pagamento antecipado de um milhão e quinhentos mil meticais, para depois das eleições o ex-edil receber a outra parte, ou seja, um milhão de meticais, o que não veio a acontecer.
Até hoje Manuel dos Santos ainda não recebeu o valor em falta, garantiu-nos uma fonte próxima.
A mesma fonte diz que Manuel dos Santos tem tentado cobrar a restante parte da verba, mas ninguém lhe dá ouvidos. “Celso Correia jamais quis ouvir a ele (Manuel dos Santos) e muito menos responde às chamadas vindas de Manuel dos Santos, disse-nos a fonte.
Acantonado na Assembleia Municipal como membro, Manuel dos Santos vai levando a sua vida em Nacala-Porto.
Em Nacala-Porto tentámos, sem sucesso, colher a posição de Manuel dos Santos para falar sobre este assunto.
Telefonámos ao ex-edil e ele disse que se encontrava algures num bairro de Nacala-Porto e não tinha disponibilidade para nos receber.
Fonte: CanalMoz
Agora que “o dinheiro prometido pela Frelimo a Manuel dos Santos não sai”, o ex-edital começa a revelar segredos e cita o nome do empresário Celso Correia, da INSITEC, como a pessoa que iria pagar o tal dinheiro ao ex-edil da Renamo.
Informações que circulam em Nacala, dadas como saindo do próprio ex-edil, indicam que as negociações para Manuel dos Santos mudar da Renamo para Frelimo foram conduzidas pelo jovem empresário Celso Correia e ele próprio tinha-se encarregado de efectuar o pagamento do valor acordado de dois milhões e quinhentos mil meticais. Mas já lá vão três anos, e Manuel dos Santos só recebeu uma parte desse dinheiro.
O Partido Frelimo via Manuel dos Santos como grande adversário naquela cidade. Foi um edil amado pela população e recorde-se, quando em 2008 a Renamo perdeu todas as autarquias para a Frelimo, em Nacala-Porto houve segunda volta. Só assim a Frelimo conseguiu tirar Manuel dos Santos da urbe e pelo que se conta fraudulentamente, comprando o seu silêncio perante troca de resultados.
“Comprando” o edil para apoiar a Frelimo nas eleições de 2009, o partido dos “camaradas” conseguia arrastar os apoiantes de Manuel dos Santos para as suas fileiras. E assim foi, pelo menos em parte.
O acordo entre Manuel dos Santos e Celso Correia, a mando da Frelimo, previa o pagamento antecipado de um milhão e quinhentos mil meticais, para depois das eleições o ex-edil receber a outra parte, ou seja, um milhão de meticais, o que não veio a acontecer.
Até hoje Manuel dos Santos ainda não recebeu o valor em falta, garantiu-nos uma fonte próxima.
A mesma fonte diz que Manuel dos Santos tem tentado cobrar a restante parte da verba, mas ninguém lhe dá ouvidos. “Celso Correia jamais quis ouvir a ele (Manuel dos Santos) e muito menos responde às chamadas vindas de Manuel dos Santos, disse-nos a fonte.
Acantonado na Assembleia Municipal como membro, Manuel dos Santos vai levando a sua vida em Nacala-Porto.
Em Nacala-Porto tentámos, sem sucesso, colher a posição de Manuel dos Santos para falar sobre este assunto.
Telefonámos ao ex-edil e ele disse que se encontrava algures num bairro de Nacala-Porto e não tinha disponibilidade para nos receber.
Fonte: CanalMoz
Tuesday, January 24, 2012
Candidato do MDM para as presidenciais conhecido entre Outubro e Dezembro deste ano
MDM deverá escolher o seu candidato às eleições presidenciais de 2014
Eleições presidenciais-2014.
O congresso, a ter lugar no último trimestre deste ano, na cidade da Beira, já está a ser preparado por comissões multissectoriais criadas para o efeito.
O Movimento Democrático de Moçambique (MDM) já está a preparar as eleições gerais de 2014. Assim, ainda este ano, o partido vai anunciar quem será o candidato à presidência da República para as eleições de 2014.
O candidato às presidenciais por esta formação política deverá ser eleito entre Outubro e Dezembro de 2012 pelo congresso - o maior órgão do partido - numa reunião a ter lugar na cidade da Beira, província de Sofala. Ouvido pelo “O País”, o porta-voz do partido, José de Sousa, definiu como obra do acaso a escolha da Beira para a realização do congresso, ou seja, refere não existir nenhuma razão estratégica para a escolha do “Chiveve” para a realização do congresso.
Contudo, sendo a cidade da Beira a primeira autarquia nas mãos do MDM e ainda a que mais deputados elegeu para a Assembleia da República, esta tornou-se no bastião político do “galo”. Nos últimos tempos, Beira tem sido considerada o “bastião da revolução”.
Condições para o evento em preparação
O congresso, a ter lugar no último trimestre deste ano, já está a ser preparado por comissões multissectoriais criadas para o efeito. “Nós já temos no terreno os grupos representativos dos órgãos e militantes do partido que estão a fazer todos os estudos no terreno para garantir as condições necessárias para este nosso evento”, explicou de Sousa.
Fonte: «Jornal O País»
Saturday, January 21, 2012
“NACALA-PORTO É UMA BARRIGA DE ALUGUER DOS CAMARADAS E SEUS SÉQUITOS”
CRÓNICA Por: Gento Roque Cheleca Jr., em Bruxelas
O desenvolvimento não será duradouro num contexto de injustiça, nem será duradouro se não repartir melhor, porque um dia os marginalizados, os que sofrem, os excluídos, um dia rebelar-se-ão pela força e assim entraremos no círculo de sempre. Temos que dizer não à lei do mais forte que sempre se impõe ao mais fraco e comportarmo-nos de uma vez por todas como seres humanos capazes de ouvir, de dialogar e de chegar a conclusões.
Francis Fukuyama, Professor de Políticas Públicas, George Mason University
Há quatro anos em conversa com Chale Ossufo, então administrador de Nacala-Porto e actual edil da mesma cidade, garantia-me em privado caso fosse eleito à presidência do município nacalense, resolveria em dois tempos a problemática de abastecimento de água que afecta dramaticamente a população daquela urbe, aposta que foi sustentada pelo seguinte juramento que cito de memória: Juro pela minha honra que serei a solução dos problemas de Nacala-Porto. Os nacalenses me conhecem e sabem que sou um homem de trabalho e de resultados satisfatórios, portanto, não preciso de parangonas para publicitar minha obra….
Prometer é gravar com letras douradas. O incumprimento é um crime que jamais abandonará as páginas da memória das vítimas, lucubrou o poeta moçambicano no anonimato ‘Nkulu’ (o mesmo que dizer, na livre tradução em língua cinyungwe, ‘mais velho’ ou ‘grande homem’. Já iremos saber mais adiante saber se Chale Ossufo tem estado a cumprir com as parangonas da sua campanha eleitoral, muito em particular, se o juramento por ele feito é de levar à letra ou não.
Como diria um estadista português, eu não posso espiar o pecado de quem não cumpriu suas promessas.
Totalmente de acordo. A pouco menos de dois anos do fim de seu mandato, Chale Ossufo, homem de muita retórica e político de mão cheia (não recomendável a cadetes), está por cumprir o velho problema de Nacala-Porto: a escassez de água potável e não só. A vida em Nacala-Porto, no que toca ao abastecimento de água, não difere muito da de Darfur ou da Somália, no Norte de África, em que famílias inteiras não têm horário à procura do precioso líquido. Afinal o Zambeze e outros potenciais rios que temos também não são nossos? Então porque o nosso maravilhoso povo não tem água potável em Nacala-Porto?
Numa altura em que se fala de progresso económico e social, o cartão-de-visita de Nacala-Porto é a falta de água. O problema parece agudizar-se, visto que a reabilitação da barragem além de demorada, não me parece ser uma solução definitiva para o cancro maligno que afecta os nacalense.
Em primeiro lugar, a pluviosidade de Nacala-Porto é diminuta e o rio inconstante, quando chove o caudal do rio não ultrapassa o tamanho do tornozelo; segundo, a população de Nacala-Porto multiplica-se à velocidade da luz e o deficiente ordenamento territorial da urbe poderá a longo prazo frustrar os anseios da edilidade na medida em que nem todos os nacalenses terão acesso ao precioso líquido; terceiro, devido à fraca pluviosidade a água armazenada na actual e provavelmente na futura barragem será, como é, de qualidade indesejada, o que se agoura problemas de saúde pública.
Poderíamos igualmente falar do clima extremamente quente, do relevo sinuoso e de muitas indústrias de transformação (que consomem muita água) mas, como um bom crítico não basta apenas elencar erros, deve também, em igualdade de critérios, apresentar soluções plausíveis, nisso, recomendo à edilidade o exemplo concreto de Cabo-Verde em matéria de abastecimento de água. Uma de muitas saídas eficazes que o país de Baltazar Lopes, de Aguinaldo Fonseca e de Cesária Évora usa é a construção às carradas de furos (cisternas).
Nem uma gota de água é desperdiçada em Cabo-Verde. Os poucos riachos jusantes que o país tem são de súmula importância para os cabo-verdianos, a sua conservação e valorização são uma imposição do dever nacional, porque, segundo o engenheiro Júlio César Lima O peixe não tem a noção de que a água lhe é vital, enquanto não fizer uma incursão na atmosfera.
Sem querer mexer no vespeiro, diríamos que a própria Ilha de Moçambique, património da humanidade, também a braços com a escassez de água potável, no tempo da dominação colonial era abastecida de muitas cisternas actualmente em estado arqueológico.
Infelizmente, para certos dirigentes do nosso país a independência nacional só tem sentido de ser quando for extirpado do solo pátrio os casos de sucesso da época, pois não lhes interessam porque, na bonança ou na crise, não há moderação nem no ser nem no ter; é sempre a desperdiçar. E mais, Lima acrescenta que, Para uns o Mundo tem a dimensão da pupila dos seus olhos; para outros, um pouco maior, de um iPad.
Nacala-Porto precisa de água como a Palestina de paz. O tempo é este. O tempo de projectar um país que ande para a frente. É preciso parar duma vez por todas com os inquéritos supérfluos ou com estudos de prospecção que são sempre custosos para as gerações vindouras, mas que engordam à ignorância de quem os paga, manda e ordena. Haja respeito por este povo lutador.
Quantas barragens têm o país que só servem de estatística para o “inglês ver”? Até quando o nosso governo vai perceber que a demagogia nesta altura do campeonato não resolve os problemas do povo moçambicanos?
Como dizia o outro A demagogia é a coisa mais popular que existe, mais irresponsável e a mais perigosa.
Fala-se de Nacala-Porto como sendo o grande repositório de receitas do país. Criaram nela uma zona exclusiva (franca) onde, face às dificuldades existentes de abastecimento de água potável, é visível a “gravidez” de novas construções. Até aqui nada contra. O problema, porém, verifica-se quando à margem dessas indústrias de ponta, milhares de nacalenses vivem de tubérculos e de barrigas inchadas. A pobreza flutua em Nacala-Porto.
As pessoas estão em último lugar.
Um estudioso escreveu que O desenvolvimento de um país ou de uma região será sempre o resultado da competência e do dinamismo da sua população.
Perguntei a um nacalense o que ele achava da gestão do senhor Chale Ossufo, tendo respondido da seguinte maneira: SR. CHALECA, NACALAPORTO É UMA BARRIGA DE ALUGUER DOS CAMARADAS E SEUS SÉQUITOS. EM NACALA-PORTO O ESTADO MORDE COM OS DENTES EMPRESTADOS. É SÓ MENTIRAS E FUGAS PARA A FRENTE ATÉ AO PRECIPÍCIO.
De facto, a paisagem de Nacala-Porto é dourada – nisso a edilidade está de parabéns –, mas o estômago da maioria dos nacalenses revela estiagem.
Fica um apelo ao “amigo” Chale Ossufo, nas palavras do carinhoso professor José Mattoso: O que fica para a história não é o fortuito, são as decisões, é o que acontece.
‘Kochikuro’ (Obrigado)
PS: Esta crónica vai dedicada ao amigo das velhas lucubrações ‘Xavito Xa Valoi’, por tudo aquilo que vi e pelas promessas que ficaram por ver no futuro, quando, querendo Deus, regressar à Nacala-Porto…
Fonte: WAMPHULA FAX – 20.01.2012
O desenvolvimento não será duradouro num contexto de injustiça, nem será duradouro se não repartir melhor, porque um dia os marginalizados, os que sofrem, os excluídos, um dia rebelar-se-ão pela força e assim entraremos no círculo de sempre. Temos que dizer não à lei do mais forte que sempre se impõe ao mais fraco e comportarmo-nos de uma vez por todas como seres humanos capazes de ouvir, de dialogar e de chegar a conclusões.
Francis Fukuyama, Professor de Políticas Públicas, George Mason University
Há quatro anos em conversa com Chale Ossufo, então administrador de Nacala-Porto e actual edil da mesma cidade, garantia-me em privado caso fosse eleito à presidência do município nacalense, resolveria em dois tempos a problemática de abastecimento de água que afecta dramaticamente a população daquela urbe, aposta que foi sustentada pelo seguinte juramento que cito de memória: Juro pela minha honra que serei a solução dos problemas de Nacala-Porto. Os nacalenses me conhecem e sabem que sou um homem de trabalho e de resultados satisfatórios, portanto, não preciso de parangonas para publicitar minha obra….
Prometer é gravar com letras douradas. O incumprimento é um crime que jamais abandonará as páginas da memória das vítimas, lucubrou o poeta moçambicano no anonimato ‘Nkulu’ (o mesmo que dizer, na livre tradução em língua cinyungwe, ‘mais velho’ ou ‘grande homem’. Já iremos saber mais adiante saber se Chale Ossufo tem estado a cumprir com as parangonas da sua campanha eleitoral, muito em particular, se o juramento por ele feito é de levar à letra ou não.
Como diria um estadista português, eu não posso espiar o pecado de quem não cumpriu suas promessas.
Totalmente de acordo. A pouco menos de dois anos do fim de seu mandato, Chale Ossufo, homem de muita retórica e político de mão cheia (não recomendável a cadetes), está por cumprir o velho problema de Nacala-Porto: a escassez de água potável e não só. A vida em Nacala-Porto, no que toca ao abastecimento de água, não difere muito da de Darfur ou da Somália, no Norte de África, em que famílias inteiras não têm horário à procura do precioso líquido. Afinal o Zambeze e outros potenciais rios que temos também não são nossos? Então porque o nosso maravilhoso povo não tem água potável em Nacala-Porto?
Numa altura em que se fala de progresso económico e social, o cartão-de-visita de Nacala-Porto é a falta de água. O problema parece agudizar-se, visto que a reabilitação da barragem além de demorada, não me parece ser uma solução definitiva para o cancro maligno que afecta os nacalense.
Em primeiro lugar, a pluviosidade de Nacala-Porto é diminuta e o rio inconstante, quando chove o caudal do rio não ultrapassa o tamanho do tornozelo; segundo, a população de Nacala-Porto multiplica-se à velocidade da luz e o deficiente ordenamento territorial da urbe poderá a longo prazo frustrar os anseios da edilidade na medida em que nem todos os nacalenses terão acesso ao precioso líquido; terceiro, devido à fraca pluviosidade a água armazenada na actual e provavelmente na futura barragem será, como é, de qualidade indesejada, o que se agoura problemas de saúde pública.
Poderíamos igualmente falar do clima extremamente quente, do relevo sinuoso e de muitas indústrias de transformação (que consomem muita água) mas, como um bom crítico não basta apenas elencar erros, deve também, em igualdade de critérios, apresentar soluções plausíveis, nisso, recomendo à edilidade o exemplo concreto de Cabo-Verde em matéria de abastecimento de água. Uma de muitas saídas eficazes que o país de Baltazar Lopes, de Aguinaldo Fonseca e de Cesária Évora usa é a construção às carradas de furos (cisternas).
Nem uma gota de água é desperdiçada em Cabo-Verde. Os poucos riachos jusantes que o país tem são de súmula importância para os cabo-verdianos, a sua conservação e valorização são uma imposição do dever nacional, porque, segundo o engenheiro Júlio César Lima O peixe não tem a noção de que a água lhe é vital, enquanto não fizer uma incursão na atmosfera.
Sem querer mexer no vespeiro, diríamos que a própria Ilha de Moçambique, património da humanidade, também a braços com a escassez de água potável, no tempo da dominação colonial era abastecida de muitas cisternas actualmente em estado arqueológico.
Infelizmente, para certos dirigentes do nosso país a independência nacional só tem sentido de ser quando for extirpado do solo pátrio os casos de sucesso da época, pois não lhes interessam porque, na bonança ou na crise, não há moderação nem no ser nem no ter; é sempre a desperdiçar. E mais, Lima acrescenta que, Para uns o Mundo tem a dimensão da pupila dos seus olhos; para outros, um pouco maior, de um iPad.
Nacala-Porto precisa de água como a Palestina de paz. O tempo é este. O tempo de projectar um país que ande para a frente. É preciso parar duma vez por todas com os inquéritos supérfluos ou com estudos de prospecção que são sempre custosos para as gerações vindouras, mas que engordam à ignorância de quem os paga, manda e ordena. Haja respeito por este povo lutador.
Quantas barragens têm o país que só servem de estatística para o “inglês ver”? Até quando o nosso governo vai perceber que a demagogia nesta altura do campeonato não resolve os problemas do povo moçambicanos?
Como dizia o outro A demagogia é a coisa mais popular que existe, mais irresponsável e a mais perigosa.
Fala-se de Nacala-Porto como sendo o grande repositório de receitas do país. Criaram nela uma zona exclusiva (franca) onde, face às dificuldades existentes de abastecimento de água potável, é visível a “gravidez” de novas construções. Até aqui nada contra. O problema, porém, verifica-se quando à margem dessas indústrias de ponta, milhares de nacalenses vivem de tubérculos e de barrigas inchadas. A pobreza flutua em Nacala-Porto.
As pessoas estão em último lugar.
Um estudioso escreveu que O desenvolvimento de um país ou de uma região será sempre o resultado da competência e do dinamismo da sua população.
Perguntei a um nacalense o que ele achava da gestão do senhor Chale Ossufo, tendo respondido da seguinte maneira: SR. CHALECA, NACALAPORTO É UMA BARRIGA DE ALUGUER DOS CAMARADAS E SEUS SÉQUITOS. EM NACALA-PORTO O ESTADO MORDE COM OS DENTES EMPRESTADOS. É SÓ MENTIRAS E FUGAS PARA A FRENTE ATÉ AO PRECIPÍCIO.
De facto, a paisagem de Nacala-Porto é dourada – nisso a edilidade está de parabéns –, mas o estômago da maioria dos nacalenses revela estiagem.
Fica um apelo ao “amigo” Chale Ossufo, nas palavras do carinhoso professor José Mattoso: O que fica para a história não é o fortuito, são as decisões, é o que acontece.
‘Kochikuro’ (Obrigado)
PS: Esta crónica vai dedicada ao amigo das velhas lucubrações ‘Xavito Xa Valoi’, por tudo aquilo que vi e pelas promessas que ficaram por ver no futuro, quando, querendo Deus, regressar à Nacala-Porto…
Fonte: WAMPHULA FAX – 20.01.2012
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