Quatro agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM) na Zambézia, em particular a trabalharem na cidade de Quelimane, vão responder por um processo interno porque acusados de terem feito campanha eleitoral pelo candidato vencedor das últimas eleições autárquicas intercalares, do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Manuel de Araújo.
Fontes que forneceram essa informação ao jornal Diário da Zambézia avançaram que um dos agentes envolvidos nesta acção é o antigo comandante distrital da PRM em Nicoadala, que conhecemos apenas por Bispo.
De acordo com as mesmas fontes, estes agentes, para além de serem acusados de terem feito campanha, não no período laboral, vão pagar também a factura de os seus familiares terem trajado material de campanha do vencedor das eleições. Num outro passo, ficamos a saber que um destes quatro agentes, havia sido preso, mas depois ficou liberto.
Agentes entregam fardamento
Para além do processo disciplinar que está a correr contra estes quatro agentes da PRM, que também podem ser expulsos, os mesmos foram obrigados a entregar o uniforme policial que tinham em sua posse como instrumento de trabalho.
Quando o Diário da Zambézia contactou um dos agentes envolvidos neste caso, este disse que de facto “a chefia disse para entregar o uniforme e tudo aquilo que eu tinha da polícia”. Questionado se de facto ele havia sido encontrado com algum material do MDM, entrevistado negou tal facto, mas sublinhou que “eu não usei material, quer de um quer do outro por causa da minha profissão, mas então, se a minha família usou, qual é o mal?” - questionou o agente visivelmente chocado.
Num outro passo, a mesma fonte policial fez saber que esta acção dos seus superiores só visa intimidar, visto que eles próprios, neste caso, a chefia, tem familiares que usam material de campanha do partido no poder.
Porta-voz não confirma nem desmente
A informação de que os quatro agentes da polícia estão na mira da expulsão é do consumo público na cidade de Quelimane, dai que para confrontar a matéria dos factos, fomos ouvir a parte protagonista, neste caso, o Comando Provincial da PRM. Ernesto Serrote é o porta-voz da corporação.
Quando o DZ perguntou sobre este assunto, Serrote limitou-se em dizer que este caso é interno, dai que não confirmava. Mesmo com argumentos esgrimidos, Serrote continuou a dizer que não podia falar nada em volta disso. Aliás, disse ele que não confirmava nem desmentia, deixando claro que algo não está bem no seio da polícia.
Recorde-se que a polícia foi tida, neste processo eleitoral, que culminou com a eleição esmagadora do Manuel de Araújo para o cargo de edil de Quelimane, como sendo a que péssimo trabalho prestou.
Fonte: DIÁRIO DA ZAMBÉZIA – 12.12.2011
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