O líder da RENAMO, Afonso Dhlakama, convidou os investidores estrangeiros que se recusam a empregar os membros do seu partido a abandonarem o país, durante um comício no norte de Moçambique.
"Os moçambicanos querem trabalhar e alguém recebe ordens da FRELIMO (no poder) para não aceitar os membros da RENAMO que constituem a maioria em Moçambique, (então) vão-se embora", disse o presidente do maior partido da oposição em Moçambique.
Estas declarações foram proferidas durante um comício popular na segunda-feira no bairro de Matapue, na cidade portuária de Nacala, norte de Moçambique, por ocasião do 32.° aniversário da morte de André Mantsangaíssa, fundador do antigo Movimento de Resistência Nacional de Moçambique (RNM, atual RENAMO).
Mantsagaíssa, primeiro presidente da RENAMO, dirigiu a guerra contra o governo da FRELIMO durante cerca de dois anos. A sua morte aconteceu a 17 de outubro de 1979 na então vila Paiva de Andrade, distrito de Corongosa, província central de Sofala, durante um confronto armado.
Para Afonso Dhlakama, à semelhança dos heróis da luta de libertação nacional, Matsangaissa é um herói nacional, por, disse, ter sacrificado a sua própria vida à paz e democracia.
"Eu tenho essa obrigação política e moral de explicar ao povo, porque entendo que as novas gerações não conhecem as reais causas que o levaram a pegar em armas", disse.
Atualmente, Moçambique assinala os 25 anos da morte de Samora Machel, presidente da FRELIMO e primeiro presidente do país, ocorrida na queda do avião que o transportava da Zâmbia para Maputo, a 19 de outubro de 1986.
O ponto alto das cerimónias ocorre na quarta-feira, com a inauguração de uma estátua gigante em Maputo, cerimónia que deverá contar com a presença de seis Presidentes: Armando Guebuza (Moçambique), Robert Mugabe (Zimbabué), Bingu wa Mutharika (Malauí), Jakaya Kikweti (Tanzânia), Ian Seretse Kama Seretse (Botsuana) e Dilma Rousseff (Brasil).
Na segunda-feira, militantes da RENAMO manifestaram-se na Beira, segunda cidade do país, contrapondo André Matsangaíssa aos "heróis nacionais impostos".
Noé Marambique, delegado político da RENAMO na Beira, manifestou-se contra o investimento feito na estátua a Samora Machel em Maputo, afirmando não fazer sentido que pessoas "morram de fome, como em Inhambane e Tete, e o Governo invista milhões e milhões de meticais" naquele monumento.
LYR/LAS.
Fonte: Lusa – 18.10.2011
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