O governo da província de Nampula acaba de chumbar a proposta de implementação do projecto de exploração do tabaco “Virgínia”, que seria produzido nos distritos de Malema, Lalaua e Ribáuè, regiões consideradas com um potencial enorme para o cultivo daquele produto de rendimento, por considerá-lo irrelevante e que a prioridade de momento é a produção de comida.
Maputo, Quarta-Feira, 27 de Julho de 2011:: Notícias
Páscoa de Azevedo, porta-voz do governo provincial, que há dias esteve reunido na vila de Chocas-Mar, em Mossuril, no seu primeiro conselho de coordenação, não indicou a empresa ou instituição que pretendia investir no cultivo do tabaco “Virgínia”, nem tão-pouco as áreas que pretendia ocupar para o efeito, tendo apenas justificado que a posição do executivo de Nampula sustentava-se no facto de a aposta do momento é a de produção de alimentos, para além de se acautelar questões ambientais que a produção do tabaco traz.
“Chumbamos este projecto por vários motivos, dos quais pesou a necessidade de preservar a terra para a produção de alimentos. Aliás, no plano estratégico da província de Nampula 2020 esta questão de tabaco não está contida”, justificou-se Páscoa de Azevedo.
Mesmo questionada se o governo não teria equacionado que com a implantação dum projecto desta dimensão poderia criar muitos postos de trabalho para os indivíduos que residem nas proximidades das regiões a abranger, a porta-voz do governo foi peremptória em afirmar que o que terá pesado é a questão da terra, pois “poderíamos ter emprego para pessoas que futuramente poderiam lamentar-se por não disporem de terra para produção do seu sustento alimentar”.
Para a porta-voz do governo provincial, está bem claro que a grande prioridade do plano estratégico está assente na produção de alimentos e que nenhum outro projecto de alta dimensão pode estar acima da produção de comida.
Aliás, para a produção de alimentos com vista à superação da fome na província a nossa interlocutora avançou que o executivo dirigido por Felismino Tocoli viu a necessidade de intensificar e diversificar culturas tais como a mandioca, o milho, batata-doce de polpa alaranjada, soja, arroz e outros cereais, para além da aquisição de 280 juntas de bois para atracção animal.
“A par desta aquisição vamos construir oito sistemas de irrigação, associado à compra de motobombas, para além de regadores manuais”, rematou Páscoa de Azevedo para justificar o chumbo do governo provincial sobre a implantação de um projecto de grande dimensão de produção do tabaco “Virgínia”, submetido àquele órgão do executivo nampulense.
Fonte: Moç/Todos
No comments:
Post a Comment