conclui o estudo do Fundo Monetário Internacional
Maputo (Canalmoz) – Ao longo dos anos Moçambique tem apresentado um crescimento económico assinalável quando comparado com outros países da África Subsaariana. Aliás, a taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) real de Moçambique foi a segunda mais alta entre os países não exportadores de petróleo da África Subsaariana. Mas acontece, porém, que o crescimento que se tem verificado em Moçambique não se está a reflectir nos pobres, através da criação de condições básicas para estes. O crescimento não é ‘pró-pobres’.
Esta apreciação consta do mais recente relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre a economia da África Subsaariana, apresentado a semana passada em Maputo.
Na verdade não é propriamente uma novidade essa apreciação. Ainda em Março deste ano, o mesmo FMI, através do seu representante residente em Moçambique, Victor Lledó, fez uma apresentação em que concluía que o crescimento económico de Moçambique estava a beneficiar ao mesmo sector desde 2002 até a esta parte.
Intitulado ‘Recuperação Económica e Novos Riscos, Perspectivas Económicas Regionais para África Subsaariana’, o relatório editado em língua inglesa define o crescimento pró-pobre – o tal que Moçambique não está a criar – como sendo um crescimento que se reflecte na melhoria das condições de vida dos mais necessitados, com foco virado para a área de infra-estruturas (estradas, transportes) e produção alimentar. Em outras palavras, um crescimento que tire os pobres da extrema vulnerabilidade.
Mesmo assim, o relatório do FMI traz números simpáticos para Moçambique. Prevê um crescimento real do PIB em 7,25% em 2011 e 8% no médio prazo. A inflação média deverá situar-se em 9,5% em 2011, mantendo-se em um dígito a médio prazo. O défice externo de conta corrente deverá situar-se em torno de 10 a 11 % do PIB.
O FMI prevê igualmente algum conforto nas nossas reservas internacionais de que se espera uma cobertura de 5 meses de importações.
Crescimento…mas para riscos
Entretanto, estas boas perspectivas estão sujeitas a risco. A curto prazo, segundo o FMI, o principal risco é de que a desaceleração inflacionária leve mais tempo, trazendo implicações adversas para o sector privado e para o combate à pobreza, ao que se impõe o desafio de acelerar e Sustentar um Crescimento Económico mais Inclusivo, a médio prazo.
Outras recomendações
O FMI recomenda também a implementação da estratégia de crescimento inclusivo articulada no Plano de Acção de Redução da Pobreza e demais estratégias sectoriais do Governo, através de: promoção de uma base de exportação competitiva e diversificada; Estímulo à produção e produtividade na agricultura e demais sectores com uso intensivo de mão-de-obra; Melhoria da gestão económica dos recursos naturais; Fortalecimento dos sistemas de protecção social; Criação de espaço fiscal para financiar o crescimento inclusivo; Sustentar o esforço de mobilização de receitas inclusive através do aumento da contribuição fiscal dos mega-projectos; Desenvolver a capacidade de absorção e gestão fiscal prudente de recursos não concessionais; Assegurar a ajuda externa; e Seguir com os melhoramentos no sistema de gestão das finanças públicas de forma a maximizar a eficiência, transparência e fiscalização da despesa pública.
Fonte:CANALMOZ.(Matias Guente)
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