Maputo, Quinta-Feira, 22 de Abril de 2010:: Notícias
UMA operação conjunta levada a cabo pela Inteligência das Alfândegas de Moçambique e pelos Serviços de Investigação Criminal da Polícia da República de Moçambique culminou com a detenção, na madrugada de ontem, de um indivíduo de origem libanesa, na posse de 400 mil dólares norte-americanos (cerca de 14 milhões de meticais).
O indivíduo, cuja identidade não foi revelada, foi detido na cidade de Chimoio, província de Manica, ido da cidade de Maputo. As autoridades aduaneiras suspeitam que este cidadão se deslocava para Machipanda, junto à fronteira com o Zimbabwe, país através do qual supostamente iria transferir ilegalmente o dinheiro.
As Alfândegas de Moçambique suspeitam também que o indivíduo, que aparenta ter 22 anos, pertence a uma rede que se dedica ao branqueamento de capitais – desenvolvendo algumas actividades económico-financeiras que têm por finalidade fazer com que o dinheiro com o qual circula aparente ter uma origem lícita ou a que, pelo menos, a sua origem ilícita seja difícil de demonstrar ou provar.
O dinheiro apreendido estava embalado e escondido no interior de uma das portas de uma viatura de marca Mitsubish Pajero GDI, com a chapa de inscrição AAD 425- MP, o que leva as autoridades aduaneiras a suspeitarem da possibilidade de haver outros valores escondidos no interior do mesmo veículo.
Em declarações ontem a jornalistas em Maputo, o director de Auditoria, Investigação e Informação das Alfândegas de Moçambique, Orlando José, disse que o veículo será levado para a inspecção não-intrusiva (vulgo scanner), para se verificar se existe ou não mais dinheiro escondido, porque aquando da sua detenção, o indivíduo declarou que transportava apenas 115 mil dólares.
Ele disse-nos que está ligado a uma empresa que se dedica à exploração de ouro e que ia para a cidade de Chimoio efectuar alguns pagamentos, mas para nós isto é claramente um assunto típico de lavagem de dinheiro. O que consubstancia a nossa suspeita é o facto de ele levar cerca de 14 milhões de meticais em numerário, disse Orlando José.
Outro aspecto que leva as autoridades aduaneiras a suspeitarem que o dinheiro apreendido resulta de práticas ilícitas é o facto de o indivíduo detido ter afirmado que transportava o dinheiro em “cash” porque os bancos moçambicanos não têm capacidade para fazer pagamentos daquela envergadura, quando ele necessitava daquele montante para liquidar algumas dívidas. Todavia, é entendimento das Alfândegas de que o cidadão detido dispõe de outras formas de pagamento seguras, como é o caso de cheques.
Questionado sobre se haverá envolvimento de outras empresas no caso, Orlando José disse estarem em curso investigações nesse sentido.
Neste momento estão a ser feitas averiguações nas outras empresas com as quais este cidadão alega estar ligado, para que de forma rápida consigamos fazer as conexões e evitar qualquer distorção de provas, disse o director da Direcção de Auditoria, Investigação e Informações das Alfândegas de Moçambique.
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