Cuba: Pelo menos 15 dissidentes detidos, segundo comissão de direitos humanos

A Comissão Cubana para os Direitos Humanos e Reconciliação Nacional (CCDHRN) pede ao governo no mesmo comunicado que abra um inquérito sobre a agressão aos 25 dissidentes que se manifestaram naquela igreja.

Um tenente-coronel e outros oficiais da segurança de Estado "profanaram a igreja de Santa Teresita, forçando uma das entradas com pontapés antes de agredir selvaticamente os dissidentes pacifistas", acusou o activista Elizardo Sánchez, presidente da CCDHRN, uma organização ilegal mas tolerada pelas autoridades cubanas.

Os 25 opositores do regime cubano, vestidos de negro, protestaram contra a detenção do dissidente Gerardo Sánchez Ortega numa marcha que teve lugar entre a catedral de Santiago e a igreja de Santa Teresita.

Segundo o comunicado, o padre desta igreja, José Conrado, que já tinha mencionado numa missa a situação de Ortega, tentou impedir a intervenção policial, em vão.

Elizardo Sánchez afirmou que já foram confirmadas as detenções de cinco dissidentes, mas que receia que pelos menos 15 estejam sob custódia policial.

A comissão condenou "este gravíssimo acto de repressão política sem precedentes" e pediu ao governo uma "investigação séria" e o fim deste tipo de acções "premeditadas e desnecessárias de brutalidade policial contra cidadãos que tentam exercer o seu direito inalienável de manifestar-se ou expressar-se publicamente".

Segunda-feira, a CCDHRN tinha já denunciado a intimação de outros 29 dissidentes e a detenção de sete deles.

A comissão acredita que nas prisões cubanas se encontrem, ao todo, 250 prisioneiros políticos.

Além de Ortega, outros dirigentes de movimentos da oposição cubana estão presos, nomeadamente Eliecer Consuegra, presidente da Aliança Democrática Oriental, Rolando Rodriguez, do Movimento Cubano de Jovens para a Democracia (MCJD), e Juan Bermudez.

O governo cubano assegura que não há prisioneiros políticos no país, mas sim "mercenários" financiados pelos Estados Unidos e pessoas que tentaram "perturbar a ordem" ou "cometer actos de terrorismo".

MZF.


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2007-12-05 18:00:01