Funcionários do Aparelho do Estado afectos na área da educação, maioritariamente professores, no distrito do Dondo, província de Sofala, denunciaram que estão a ser descontados obrigatoriamente quinhentos meticais dos seus salários alegadamente para apoiarem a realização do 10º Congresso do Partido Frelimo, a ter lugar, próximo ano, na província de Cabo Delgado.
Segundo o jornal O Autarca, alguns professores afirmaram que tais descontos iniciaram em Setembro e, tudo indica que vão decorrer todos os meses até Agosto de 2012.
Um professor afecto na Escola Primária Completa de Mutua diz que essa prática é lamentável visto que não são todos docentes que são membros do Partido Frelimo, começando por exemplificar a sua pessoa.
Tendo solicitado anonimato, o mesmo professor opinou que os descontos não deviam ser de carácter obrigatório, mas sim de livre e espontânea vontade.
“A menos que essa obrigatoriedade contemplasse apenas aqueles docentes que são membros do Partido Frelimo” – afirmou, para quem não é obrigatório o funcionário do estado ser membro da Frelimo.
Um outro professor na mesma escola enfatizou afirmando tratar-se de uma injustiça, pior quando se sabe que o que o professor aufere não chega sequer para cobrir as suas necessidades básicas incluindo despesas familiares.
Secretário da Frelimo nega denúncia
Contactado pelo jornal O Autarca, a propósito dessa denúncia, o Primeiro Secretário do Partido Frelimo ao nível do distrito do Dondo, Castigo Hale Chutar, disse não constituir verdade a versão dos professores.
Castigo Hale Chutar afirmou que “isso é falso”, desafiando os denunciantes a apresentarem provas. Chutar negou categoricamente a existência de uma orientação nesse sentido, enfatizando que o seu partido é democrático e não permitiria uma situação dessas.
O Primeiro Secretário da Frelimo ao nível do distrito do Dondo afirmou que tem consciência de que nem todos funcionários do Estado são membros do seu partido, considerando esse cenário normal no contexto da democracia multipartidária.
A fonte convidou todos funcionários do Estado no distrito de Dondo a não terem receio de se identificar com outras formações políticas.
Fonte: O AUTARCA – 10.10.2011
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