DHLAKAMA DESVALORIZA CONSELHO RELIGIOSO

Na preservação da Paz

O líder da Renamo, Afonso Dhlakama, condenou ontem aquilo que considera de manipulação das confissões religiosas para a disseminação de mensagens de preservação da Paz no país. De acordo com Dhlakama, o governo da Frelimo está a mobilizar os arcebispos, bispos, sheik,s e outros dirigentes religiosos moçambicanos para, através da bíblia e do alcorão, aconselharem-nos a abandonar o plano de promover uma revolta nacional e o aquartelamento dos ex- guerrilheiros da Renamo.

O Dhlakama não precisa de ser aconselhado por um bispo, não precisa de auscultar um arcebispo, não precisa de ouvir um sheik. O Dhlakama sabe o que é a Paz. Sublinhou o político, acrescentando que tenho acompanhado atentamente as mensagens de paz proferidas por alguns dirigentes religiosos, muitas das quais cheias de conteúdos políticos. Tenham atenção com esses discursos porque os comunistas de ontem são os mesmos de hoje.

Afonso Dhlakama fez estes pronunciamentos no bairro de Muatala , arredores da capital provincial de Nampula, onde reside nos últimos anos, por ocasião do 19 aniversário do Acordo Geral de Paz (AGP) assinado entre o governo da Frelimo e o então movimento de resistência armada, em 4 de Outubro de 1992, na cidade italiana de Roma.

Transcorridos 19 anos, Dhlakama sustenta que o Acordo Geral de Paz não produziu os resultados que se impunham, referindo que o país vive um ambiente de injustiça social, falta de liberdade e de transparência nos processos eleitorais, deficiente economia de mercado e de assimetrias regionais.

Entretanto, afirma que não está arrependido por ter assinado o acordo, alegadamente porque no país já não há qualquer conflito armado conquanto que a Paz não signifique apenas o calar das armas. Defende ainda que a base de sustentabilidade da Paz e da Democracia será, realmente, alcançada a partir do próximo mês de Dezembro, depois da revolta nacional a ser organizada pela Renamo para afastar a Frelimo do poder.

O comício de Muatala marcou a cerimónia oficial do Dia da Democracia por parte daquela formação politica na oposição. Enquanto na capital do país, acto idêntico teve lugar no distrito municipal Ka Mavota.

Fonte:WAMPHULA FAX