BLOG DEDICADO À PROVINCIA DE NAMPULA- CONTRIBUINDO PARA UMA DEMOCRACIA VERDADEIRA EM MOCAMBIQUE

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Wednesday, August 3, 2011

MDM e o exemplo dos “Cinco Magníficos de Cambridge

Por Lázaro Mabunda

Este comportamento do líder do MDM deixa claro que ele é um democrata adepto de comunismo e de ditadura. Ora, se se inspira nos ideais de comunistas, Daviz deve não ter lido a tese de Vladimir Lenine de que “Só a verdade é revolucionária”.

O caso do MDM faz-me lembrar os “cinco magníficos” da história da espionagem russa. Trata-se de cinco jovens recrutados por Harold Pilby, um professor inglês da Universidade de Cambridge, ao serviço dos russos. Os “Cinco Magníficos de Cambridge” – jovens britânicos – conseguiram penetrar no Foreign Office do Governo inglês. A sua produção – a quantidade e qualidade de informação que forneciam aos serviços secretos russos – era tal que, por vezes, o Kremlin encontrava dificuldade para a analisar. Alguns dos espiões (Livro Romance de Kremlin, 2005) chegaram a ocupar os cargos de topo nas embaixadas e no governo britânicos durante a II Guerra Mundial. De confiados os “cinco magníficos” passaram a ser desconfiados de Staline. Tudo aconteceu quando um dos espiões anunciou aos seus mestres soviéticos que conseguira penetrar nos serviços secretos britânicos e que fora admitido na secção encarregada de sabotagem e da guerra psicológica. Em vez de se regozijar com a notícia, Kremlin começou a duvidar das informações que eram dadas por ele e outros quatro, passando a acusá-los, sem nenhuma provas, de fazer jogo duplo.

Para investigá-los, Staline criou uma equipa secreta de espiões para espionarem esses cinco espiões, por sinal os melhores da história da espionagem russa. Secretamente, Staline, mal aconselhado pelo grupo de agentes secretos que o rodeavam, que invejava o sucesso dos “cinco magníficos”, rompeu contacto com eles. Quando lhe passassem uma informação verídica, ele considerava-a falsa, o que fez com que passassem a acreditar mais nas informações falsas dos seus conselheiros do que verdadeiras dos magníficos. Tomava as suas convicções como sendo a verdade, não podendo ser contrariada pelos “magníficos”. Quer dizer, ia à investigação já com resultado do que vai investigar, daí que não admitia outras versões.

Os agentes confiados de Staline produziram um relatório secreto que concluía que os “cinco magníficos” eram, de facto, agentes duplos. No entanto, nessa única vez que o Kremlin duvidou da informação dos “magníficos” sofreu revezes nos seus planos. Primeiro, haviam informado, com documentos classificados, a Staline que o Pacto de Não Agressão com a Alemanha era uma farsa visando adormecer a Rússia e que a Rússia seria atacada de surpresa, indicado até às datas para os ataques. Staline, a conselho de falsos espiões, não acreditou. Segundo, haviam informado que a Inglaterra não tinha nenhum plano de atacar a Rússia e que quem os iria atacar seria a Alemanha. Staline ignorou. E foi atacado de surpresa pelos alemães. Só depois é que reconheceu que toda a informação que era dada pelos “Cinco Magníficos de Cambridge” era verdadeira.

Esta história não difere do que está a acontecer no Movimento Democrático de Moçambique (MDM) em que os ideólogos, os cérebros do sucesso do partido, comparáveis aos “Cinco Magníficos”, são suspeitos e afastados dos lugares próximos do presidente do movimento.

Tal como Staline, Daviz Simango não está a aperceber-se de que os que o rodeiam e o aconselham a tomar as decisões nefastas à organização que lidera estão a levá-lo à um beco sem saída. Passou a acreditar naqueles que lhe dizem o que ele quer e ignorando, afastando, aqueles que lhe dizem o que não quer ouvir. Esquece-se que as verdades são verdades, devem ser ditas independentemente de o satisfazer ou não. Um líder, que se preze, tem de saber lidar com más e boas informações. É bom desconfiar, mas é mau confiar em quem lhe passa sempre informações bonitas, geradoras de intrigas e divisão. Em condições normais, um líder lúcido deveria admitir críticas e dar maior credibilidade a quem lhe der informações equilibradas. Parece-me que Daviz só admite conviver com os que lhe são excessivamente fiéis, o que não é bom.

Depois de Ismael Mussá, João Colaço, entre outros, Daviz voltou a fazer vítima, desta vez em Nampula, onde indirectamente afastou o seu delegado por meio de uma jogada só ao nível de Staline. Este comportamento do líder do MDM deixa claro que ele é um democrata adepto de comunismo e de ditadura. Ora, se se inspira nos ideais de comunistas, Daviz deve não ter lido a tese de Vladimir Lenine de que “Só a verdade é revolucionária”.

Em menos de três anos, Daviz deu cabo da esperança que o MDM representava para a democracia moçambicana. Isto é, escafiou o MDM à nascença, à semelhança de uma criança morta durante o parto. Com esta situação, a questão do fundo é: que alternativa à fatigada e desusada Frelimo? Sou levado a admitir, cada vez mais, que, de facto, a Renamo constitui a única alternativa à Frelimo, algo que nunca admitia. Contudo, para que a Renamo seja uma alternativa válida à Frelimo, precisa de formatar a mentalidade do seu líder, ajustando-a aos nossos tempos, ao século XXI.

Fonte: O PAÍS –

1 comment:

RAUL NOVINTE- KEEPING THE DREAMS AND GOD´S VISION ALIVE) said...

Certamente e francamente amigo Lázaro.
A Renamo constitue a única opção para democracia Moçambicana. Se a liderança da Renamo fosse so movida pela democracia e não por interesses pessoais de canância do poder, Renamo não tardaria conquistar o povo moçambicano e consequentimente instalar a mais esperada democracia em Moçambique. O ser heroi não significa apenas fazer guerra e ser um Presidente dum país, mas sim é fazer algo que muitos admiram. O Dhlakama por exemplo teria o heroismo bem conquistado se ele implantasse uma democracia dentro da Renamo, isto é colocar uma nova liderança no Partido e ele como um conselheiro do mesmo. Mas isso é como estivessemos a insultar o papá Dhlakama. Se o Dhlakama soubesse o que isso seria para ele , já teria feito, infelizmente ele não sabe e se bem que sabem então o atraso de afastamento da Frelimo é da culpa do Dhlakama próprio.