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Wednesday, November 24, 2010

Moçambique poderá exportar cereais em 2015

Moçambique poderá tornar-se num exportador líquido de cereais a partir de 2015, ano em que as autoridades prevêem atingir uma auto-suficiência alimentar, contando, para o efeito, com a assistência técnica e financeira do Japão e do Brasil.
“O governo gostaria de eliminar o défice na produção do arroz”, disse Ventura Macamo, um dos assessores do Ministro moçambicano da agricultura, Soares Nhaca, falando em Tóquio, capital japonesa, na semana passada.
“Acreditamos que cinco anos de um bom investimento” poderão, provavelmente, tornar Moçambique auto-suficiente, acrescentou.
Segundo Macamo, Moçambique consome actualmente cerca de 500 mil toneladas métricas de arroz, contra uma produção nacional de 260 mil toneladas, razão pela qual depende das importações para cobrir o défice.

O Japão, o maior importador de cereais do mundo, ajudou o Brasil a tornar-se no segundo maior exportador de produtos agrícolas, graças a um investimento realizado ao abrigo de um programa de desenvolvimento no valor de 774 milhões de dólares e que teve como origem uma crise alimentar desencadeada há cerca de três décadas.
As exportações de Moçambique poderão estimular a competitividade do mercado mundial do arroz, actualmente dominado pela Tailândia e Vietname e, paralelamente, ajudar no alívio da pobreza e subnutrição em Africa.
“A emergência do Brasil como o maior exportador de cereais foi uma grande contribuição para a estabilidade de preços e na disponibilidade de produtos agrícolas”, disse, por outro lado, Yutaka Hongo, um funcionário da Agência de Cooperação Internacional do Japão.
“Se Africa tornar-se num outro fornecedor, isso vai melhorar a segurança alimentar, não só para o Japão, mas também para outros países importadores de alimentos”, acrescentou ele.
Moçambique aspira exportar arroz para os países vizinhos, incluindo para a África do Sul e o Botswana.
Para Macamo, já arrancou um projecto apoiado pelo Japão e o Brasil para transformar a savana tropical em terras propícias à agricultura.
Ainda de acordo com Macamo, o governo também tenciona incrementar a produção do milho e da soja para os mercados de exportação, bem como para alimentar a indústria nacional de produção de ração animal.
Em 2008, os preços do milho, soja e arroz dispararam no mercado internacional para atingir níveis recordes e, como consequência, desencadeando tumultos nos países em desenvolvimento.
O crescimento populacional, aliado ao crescimento económico dos mercados emergentes, tendo como agravante o incremento do uso de culturas alimentares para a produção de biocombustíveis, são alguns dos factores que catapultaram o aumento dos preços.
O Japão, o maior importador de milho do mundo e o segundo maior importador da soja, a seguir a China, espera que o aumento de produção ajude a estabilizar a demanda de cereais e preços.
De acordo com Pedro António Arraes Pereira, Presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), Moçambique pode aumentar a sua produção de arroz através do uso de variedades resistentes a seca, que também são usadas nas savanas tropicais do Brasil.
Devido às similaridades entre as condições climáticas e do solo, Moçambique pode atingir a mesma produtividade que a do Brasil, em média cerca de 2,8 toneladas de soja e quatro toneladas de milho por hectare, disse Pereira.
Moçambique possui cerca de 55 milhões de hectares de savana tropical, dos quais apenas 3,6 por cento estão a ser usados.
Por seu turno, Emiliano Pereira Botelho, Presidente do Grupo Campo, uma companhia de consultoria e agro-negócios sedeada em Brasília, as empresas brasileiras e japonesas, incluindo os fabricantes de equipamento e de produtos químicos para a agricultura, poderão tirar proveito do programa de Moçambique.
Refira-se que o Grupo Campo desempenhou o papel de coordenador entre os sectores público e privado na implementação de um programa de duas décadas e que transformou a região do Cerrado no Brasil numa região agrícola.
O projecto iniciou em 1980 com a assistência do Japão, uma iniciativa que tinha por objectivo encontrar outros fornecedores alternativos na sequência de um embargo de exportações de soja decretado nos EUA em 1973 e que provocou uma subida drástica dos preços de alimentos e de ração animal no Japão.
Rádio de Moçambique – 23.11.2010

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