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Tuesday, November 30, 2010

Kadafi compara FMI e Banco Mundial à Al-Qaeda de Bin Laden


Na abertura da Cimeira África/União Europeia



“O FMI e o Banco Mundial destruíram a África e, por isso, a palavra terrorismo também pode ser aplicada ao Banco Mundial e a OMC, bem como a Osama bin Laden e à al-Qaeda”, afirmou Kadafi.
O líder líbio, Muamar Kadafi, advertiu ontem a Europa afirmando que, na falta de uma parceria em pé de igualdade com a África, este continente poderá ponderar noutras opções, particularmente a China, Índia, Rússia ou países da América Latina.

Kadafi falava em Tripoli, capital líbia, durante a sessão de abertura da Cimeira África-União Europeia (África-UE), um evento, de dois dias, no qual Moçambique se faz representar por uma delegação chefiada pelo Presidente Armando Guebuza.

Segundo Kadafi, com a emergência de outras potências económicas no mundo, torna-se imperativo para a África olhar para as áreas onde as condições de comércio e investimento poderão traduzir-se numa melhoria significativa das condições de vida.

Maior parceiro da África

Estatísticas da UE, divulgadas semana passada, indicam que, em 2009, cerca de 36 por cento das importações de África foram da Europa, contra 12,7 da China, 6,2 por cento dos Estados Unidos e 3,2 por cento da Índia.

No mesmo ano, 37 por cento das exportações de África foram para a UE, seguindo-se os EUA com 16,5 por cento, a China com 10,6 por cento e a Índia com 4,7 por cento.

No seu longo discurso, de pouco menos de uma hora, o líder líbio também apelou à abolição da Organização Mundial do Comércio (OMC), porque, segundo afirmou, não serve os interesses de África e de outros países em desenvolvimento.

O líder da revolução verde argumentou que a OMC exige a abertura das fronteiras de África, para aniquilar as indústrias deste continente.

Para Kadafi, a parceria entre a Europa e África falhou. O líder líbio criticou algumas organizações mundiais tais como a (OMC) e o Fundo Monetário Internacional (FMI), considerando-as “terroristas”.

“O FMI e o Banco Mundial destruíram a África e, por isso, a palavra ‘terrorismo’ também pode ser aplicada ao Banco Mundial e a OMC, bem como a Osama bin Laden e à al-Qaeda”, afirmou Kadafi.

Segundo disse, a Europa insiste em falar de governação e de direitos humanos. “África precisa de economia e não de política”, declarou Kadafi.

Doravante, o continente exige uma relação “win-win” baseada em interesses mútuos e não exploração.

Kadafi disse que a África quer negociar com grupos que respeitam o seu espaço, soberania, regimes e que não interfiram nos seus assuntos internos.

Também apelou para a introdução de reformas no Conselho de Segurança das Nações Unidas, afirmando que a África exige um assento permanente para a União Africana e para União Europeia.

O estadista líbio abordou a questão da imigração ilegal para a Europa, advertindo que o seu país poderá interromper, a qualquer momento, os seus esforços para travar este fenómeno se os europeus não incrementarem a assistência técnica e financeira ao seu país.

“Nós temos que travar esta imigração ilegal. Se não o fizermos, a Europa vai transformar-se num continente negro, e será engolida por pessoas de diferentes religiões”, disse Kadafi.

O líder líbio afirmou que a Líbia não será mais o “guarda” da Europa. Aliás, a questão de imigração é um dos pontos da agenda da presente cimeira. Eventualmente, disse Kadafi, o continente “branco” poderá tornar-se “negro”.

Por isso, reiterou a sua exigência para os países europeus desembolsarem uma soma anual de cinco biliões de euros, para travar o fluxo de imigrantes africanos através do Mar Mediterrâneo.

Segundo Kadafi, a Europa deve resolver um problema que ela própria criou, explicando que apenas a Itália conseguiu entender a dimensão real do problema, daí que aquele país europeu está a cooperar com a Líbia. Esta é a razão pela qual a Itália conseguiu adiar a questão da imigração ilegal.

Kadafi considerou a sua proposta justa, pois a culpa era da colonização de África pelos europeus, motivo pelo qual cabe a estes países suportar os respectivos custos. “Os nossos recursos naturais foram roubados”, disse Kadafi.

A cimeira decorre sob o lema “Investimentos, Crescimento Económico e Criação de Emprego”, que se enquadra perfeitamente naquilo que são as aspirações dos africanos, e Moçambique em particular.

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