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Friday, November 12, 2010

Dois dias de Lula na sua última visita a África


Vale garante continuidade do projecto

Lula da Silva está disposto a voltar a Moçambique, como convidado, só para assistir à inauguração da fábrica de anti-retrovirais na Matola. A verdade é que Lula não se cansa de visitar o país de Guebuza e garantiu que a cooperação bilateral vai manter-se acesa mesmo com a sua sucessão no governo.

“Espero estar aqui como convidado – porque temos já uma nova presidente (Dilma Rousseff), que toma posse a 1 de Janeiro próximo –, para tirar o primeiro comprimido, juntamente com Guebuza, da nova fábrica de anti-retrovirais de África”. Foram estas as últimas palavras do presidente brasileiro Lula da Silva, após ter visitado as instalações da futura unidade de produção de medicamentos da Matola, na província de Maputo.

O presidente brasileiro esteve por 11 vezes em África e visitou por três vezes Moçambique, durante os oito anos de sua governação, tendo firmado várias parcerias económico-sociais com o Governo de Armando Guebuza. No entanto, deixou claro que a sua missão não terminou, e quer, porque quer, presenciar a inauguração da Sociedade Moçambicana de Medicamentos, a acontecer entre finais de 2011 e princípios de 2012.

Podem haver muitas razões que prendem, neste momento, Lula da Silva a Moçambique, mas somente uma, ligada à futura fábrica, seria a principal: a frustração de não ter inaugurado, na última quarta-feira, as instalações, como estava previsto, tratando-se de um empreendimento viabilizado, sobretudo, pelo seu governo.

Aliás, o presidente brasileiro mostrou-se triste pelo facto das dificuldades financeiras terem adiado a inauguração da unidade fabril que, operacional, deverá produzir 250 milhões de comprimidos por ano. Sabe-se que, para além de medicamentos para o tratamento de pessoas padecendo de HIV-SIDA, a fábrica deverá produzir outros comprimidos, tais como ácido fólico, diclofenaco de potássio, captoril e metronidazol.

Em Moçambique, cerca de 350 mil pessoas estão no estágio avançado da doença e necessitam de tratamento anti-retroviral, mas apenas pouco mais de 30% têm acesso aos medicamentos.

“Esta fábrica vai poder suprir não apenas as necessidades de Moçambique, mas também de outros países africanos. O facto de estarmos construindo a primeira fábrica (pública) de medicamentos genéricos para combater a Sida no continente africano pode ser anunciado como uma revolução”, disse Lula, mostrando entusiasmo com a dimensão do empreendimento.

Vale garante continuidade do projecto

Pelo menos a mineradora brasileira Vale garantiu a conclusão das obras da fábrica de medicamentos ao assinar, nesta quarta-feira, um acordo com o Instituto de Gestão das Participações do Estado (IGEPE), que prevê a concessão de 4.5 milhões de dólares para o empreendimento. O investimento total previsto aplicar na fábrica é de nove milhões de dólares americanos.

O acordo foi assinado pelo director presidente da Vale-Moçambique, Galibo Chaim, e pelo presidente do Conselho de Administração (PCA) do IGEPE, Hipólito Hamela, exactamente nas instalações da futura Sociedade Moçambicana de Medicamentos, na Matola.

De resto, só faltará equipamento para o funcionamento da fábrica, que, segundo garantiu Lula da Silva, deverá chegar entre Março e Junho de próximo ano.

A visita de lula da silva

A noite de terça-feira foi o ponto mais alto da terceira visita de Lula da Silva a Moçambique, marcada pela assinatura de cinco acordos nas áreas de saúde, educação, agricultura e urbanização. Trata-se de ajustamentos complementares ao acordo de cooperação para a implantação do banco de leite humano e centro de lactação no Hospital Central de Maputo (HCM), do centro de tele-saúde, biblioteca e programa de ensino à distância na saúde da mulher, da criança e do adolescente, para além da instalação da Universidade Aberta do Brasil.

Para a materialização do projecto banco de leite humano, o governo brasileiro prevê desembolsar mais de 500 mil dólares, a serem aplicados na aquisição do equipamento, transferência de tecnologia e capacitação de profissionais.

Os acordos assinados entre os dois governos visam ainda o estabelecimento da cooperação trilateral (envolvendo também o Japão) para o desenvolvimento da agricultura de savana (Pro-Savana) e do ordenamento do bairro Chamanculo “C”, na capital do país.

No jantar oficial oferecido por Armando Guebuza, o presidente brasileiro, Lula da Silva, anunciou o desembolso de 80 milhões de dólares norte-americanos para ‘obras’ no aeroporto de Nacala, na província de Nampula.

Não houve detalhes sobre este financiamento, mas o Governo moçambicano tem um plano de transformar aquele aeroporto essencialmente militar em comercial.

Excluindo os acordos de cooperação entre os dois países, a visita de Lula da Silva foi marcada por uma aula magna, por si proferida, na mesma terça-feira de manhã, simbolizando o lançamento formal da Universidade Aberta de Moçambique, instituição que resulta da parceria entre a Universidade Pedagógica, Universidade Eduardo Mondlane, Ministério da Educação e a Universidade Aberta do Brasil. Trata-se de uma instituição que se vai dedicar ao ensino à distância nas áreas de formação de Biologia, Matemática e Pedagogia.

Lula da Silva destacou a educação e a agricultura na sua dissertação, tendo aconselhado ao incremento de investimento nestes sectores, em África, em Moçambique particularmente, por se mostrarem fulcrais para o desenvolvimento económico e estabilidade social das nações.

O Chefe de Estado brasileiro, que deixa o poder a 31 de Dezembro próximo, deixou várias lições de governação, nesta visita de dois dias a Moçambique, e mostrou, mais uma vez, a sua indignação com a Europa e os Estados Unidos de América, pela forma impávida como olham para os acontecimentos e a miséria em África.

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