Obras de emergência para Porto de Nacala

O PORTO de Nacala, na província de Nampula, vai finalmente contar com obras de reabilitação de emergência devido ao actual estágio de degradação física de algumas das suas infra-estruturas vitais, como é o caso da terminal de contentores, que recebe cerca de 80 porcento da carga que passa por aquele complexo ferro-portuário. Segundo dados disponíveis, a empreitada deverá iniciar, o mais tardar, em 2012, e será custeada pelo Governo moçambicano e parceiros, num montante ainda não revelado.
Maputo, Sábado, 3 de Julho de 2010:: Notícias



Falando ontem na cidade de Nacala, à margem da cerimónia de lançamento do estudo de reabilitação e ampliação daquele porto, Ana Dimande, Directora Nacional para as Infra-Estruturas junto do Ministério dos Transportes e Comunicações, referiu que as obras de reabilitação de emergência marcarão a primeira fase de um projecto ambicioso daquela natureza, que se prevê tenha o seu término em 2030.

O estudo recomendado pelo Governo e que conta com o financiamento da Agência Japonesa para o Desenvolvimento (JICA), surge em virtude de o porto de Nacala se mostrar incapaz de, a médio e longo prazos, responder aos futuros desafios a serem impostos pelo desenvolvimento local, nacional e da região e de outros pontos do mundo.
“O distrito de Nacala-Porto e a área circunvizinha estão a ser destino de muitos investimentos, tal é o caso dos projectos de carvão mineral, refinaria de petróleo, fruta, entre outros, que têm o porto de Nacala o portão de saída, para não falar de outros de índole regional” - referiu Dimande.
É assim que o estudo deve produzir respostas para as perguntas como: qual deve ser o papel e função do Porto de Nacala, como este pode funcionar como porto comercial e industrial, quais são os factores que impedem que o mesmo seja competitivo, como travar o problema de deterioração das suas infra-estruturas e que acções a levar a cabo para que o mesmo seja menos susceptível à poluição.
Soji Kibune, chefe da equipa do consórcio que irá realizar o estudo, disse que “até próximo ano estaremos em condições de dizer ao Governo de Moçambique qual pode ser o projecto de reabilitação mais viável, uma vez que a recomendação que nos foi feita é de que nenhuma actividade ferro-portuária deve ser suspensa em virtude das obras de reabilitação”.
De referir que o Porto de Nacala desempenha um papel estratégico a nível nacional e da região austral de África. É através do Porto de Nacala que os operadores económicos das províncias de Nampula, Niassa, Cabo Delgado, Zambézia e parte de Tete importam e exportam os diversos produtos. A nível da região, aquela infra-estrutura desempenha um papel estratégico para os países do “hinterland”, sobretudo para o Malawi e Zâmbia.
Fernando Couto, administrador-delegado do Corredor de Desenvolvimento de Nacala (CDN), diz que “o porto tem a vantagem de ser de águas profundas e dispor de infra-estruturas que só precisam de ser melhoradas em função do serviço que se pretende que prestem”.
Ao longo do ano passado aquele porto manuseou mais de um milhão de toneladas de carga geral, contra as cerca de 800 mil do ano anterior.
ASSANE ISSA