Com o ambiente de paz a degradar-se em todo o mundo, apesar de haver menos conflitos armados, Moçambique é o Segundo país mais seguro em África, de acordo com um documento do Índice de Paz Global (GPI), divulgado na passada terça-feira.
Elaborado pelo centro de estudos Instituto para a Economia e Paz, a partir de dados compilados pela Economist Intelligence Unit, o estudo classifica os países consoante 23 indicadores como o nível de gastos militares ou relações com os países vizinhos, mas também a taxa de homicídios ou crimes violentos.
África foi a região do mundo que mais melhorou, e Moçambique surge como segundo país mais pacífico no continente e no 47.º lugar geral. Angola ocupa a 86ª posição no ranking de 149 países que não inclui Guiné-Bissau, Timor-Leste ou Cabo Verde.
A América Latina foi penalizada por uma subida de homicídios e crimes violentos, com o Brasil dentro da média da região, em 83.º lugar. Atrás ficam os Estados Unidos, na 85.ª posição.
Na quarta edição deste estudo, o Iraque é considerado o país mais violento, seguido da Somália e Afeganistão, enquanto a Nova Zelândia é o mais pacífico, pelo segundo ano consecutivo, à frente da Islândia e do Japão.
O mundo, refere o painel de académicos responsável pela análise, enfrenta actualmente um conjunto de grandes desafios que incluem a gestão económica, sustentabilidade ambiental e também social, e as instituições mostram falta de «habilidade» para os resolver.
«Isto pode ser visto no colapso da discussão de Copenhaga sobre alterações climáticas, crescimento da dívida dos sectores públicos e privado, falta de regulação dos aspectos especulativos do sistema financeiro ou mesmo a nossa incapacidade para articular bons modelos capitalistas que não se baseiem totalmente no consumo», adiantam os autores.
De acordo com o estudo, a situação financeira resultante de grandes défices estruturais gera instabilidade política e possibilidade de manifestações violentas e até conflitos.
Desde a primeira edição do estudo, em 2007, o mundo tornou-se «ligeiramente menos pacífico», e isso coincidiu com a crise financeira global, notam.
Os indicadores que mais penalizaram foram os de sofisticação militar, relações com países vizinhos, número de mortes resultantes de conflitos internos organizados, de homicídios e de conflitos internos e externos.
RM – 10.06.2010
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