Sunday, May 2, 2010
Presidente Guebuza em Portugal: Dez acordos selam a visita
A VISITA de Estado de dois dias que o Presidente Armando Guebuza vinha efectuando a Portugal terminou ontem, com a assinatura de 10 acordos de cooperação entre os dois países em diversos domínios socioeconómicos. Os acordos foram rubricados pouco depois de um encontro entre o estadista moçambicano e o Primeiro-Ministro português, José Sócrates, tendo no final os dois dirigentes dito a jornalistas que os documentos acabados de rubricar revelam que as partes estão determinadas a trabalhar no desenvolvimento recíproco, em prol do bem-estar dos respectivos povos.
Maputo, Sábado, 1 de Maio de 2010:: Notícias
Dos 10 acordos, seis foram rubricados pelos dois governos e quatro por empresas públicas e privadas. Dos acordos assinados pelos governos destacam-se uma convenção sobre segurança social, um acordo sobre o serviço aéreo e três protocolos: o primeiro sobre a construção de estradas na Zambézia, o segundo, denominado Capulana e que prevê a construção de hotéis e resorts e o terceiro relativo à construção de um centro de Bio-Tecnologias.
Entre os acordos rubricados pelo sector empresarial consta um que prevê a construção de uma estrada na Zambézia, outro sobre energias renováveis, bem como o que se traduzirá na construção de várias outras infra-estruturas, destacando-se 50 escolas e igual número de hospitais. Da parte de Moçambique, a maior parte dos acordos foi assinada pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Oldemiro Baloi e pelo ministro do Turismo, Fernando Sumbana Júnior.
O Presidente Armando Guebuza e o Primeiro-Ministro Sócrates voltaram a enfatizar que as relações diplomáticas, políticas e económicas entre os dois países estão num nível jamais atingido em toda a história de relacionamento entre os dois países unidos pela história há mais de cinco séculos.
“Estamos muito satisfeitos porque passado apenas pouco tempo depois de termos decidido que devemos trabalhar juntos em prol do desenvolvimento mútuo dos nossos respectivos países agora já estamos a ver como é que iremos concretizar essa nossa vontade”, disse o Chefe do Estado moçambicano nas breves declarações que prestou a jornalistas que cobriram o encontro com José Sócrates na sua residência oficial, em Lisboa.
Por sua vez, o Primeiro-Ministro português disse que “queremos que esta visita sirva para consolidarmos ainda mais as nossas relações de cooperação e comerciais”, adiantando que mesmo antes destes acordos rubricados hoje (ontem), já há dados que mostram que “a nossa cooperação nestes domínios já é muito boa”.
Destacou que depois da resolução do diferendo sobre a Barragem de Cahora Bassa os dois países “removeram a última pedra nos seus sapatos que os dificultava a marcha que os levará a uma cooperação tão alta como o são agora as suas relações diplomáticas e políticas”.
Há que notar que Portugal, na voz do seu Presidente Aníbal Cavaco Silva, foi um dos primeiros países, senão mesmo o primeiro, a nível da Europa, a reconhecer publicamente a reeleição do Presidente Armando Guebuza para o segundo mandato, num acto que, segundo peritos políticos, terá ajudado a dissipar ou a desfazer, em grande parte, os argumentos e mesmo sofismas dos que podiam tentar dizer o contrário.
Antes de se avistar com José Sócrates e testemunhar a assinatura dos acordos que estabelecem algumas das balizas que irão nortear a cooperação entre as duas partes, o Presidente Guebuza visitou uma série de empreendimentos socioeconómicos com o intuito de se inteirar das suas capacidades empresariais e assim poder aferir o que se pode replicar em Moçambique.
Entre esses empreendimentos, destacam-se uma Rede Nacional de Mercados de Abastecedores, mais conhecido por IMAB-MARl, um projecto concebido para ser posto em prática em Moçambique no domínio da logística alimentar que será mais conhecida por Fomentinvest, Parque Eólico da Serra d'El Rei e uma central vocacionada às energias renováveis conhecida com a sigla ENERNOVA.
Já nos momentos finais da sua visita a Portugal, o estadista moçambicano teve um encontro com a comunidade nacional residente naquele país, antes de proferir um discurso que marcou o fim de um concorrido seminário empresarial, que contou com a participação dos 76 empresários moçambicanos que integram a comitiva do Chefe do Estado e dos seus homólogos portugueses.
Gustavo Mavie, da AIM, em Lisboa
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