O Ministério do Traba lho(MITRAB) emitiu, durante o ano de 2009, um total de 9.753 vistos de trabalho a cidadãos de várias nacionalidades que pediram para trabalhar em Moçambique, tendo daquele número, mais de quatro mil cidadãos sido de nacionalidade portuguesa.
Conforme fonte do MITRB, o maior número foi para os de nacionalidade portuguesa, com a cifra de 1.458 com emprego em Moçambique, isto é, uma subida de 14.95% em relação ao ano 2008, seguindo-se de sul-africanos com 1.330 pedidos aceites para trabalharem no nosso país, subida de 13.64%, a Índia com 1.153 cidadãos, o correspondente a uma subida de 11.82%.
O ano de 2009 registou ainda uma subida considerável de cidadãos estrangeiros que vieram trabalhar em Moçambique (9.753), relativamente ao ano anterior, em que o Ministério do Trabalho passou apenas 6.916 vistos.
VISTO PARA PORTUGAL
Se em contrapartida, Moçambique emitiu um total de 1.458 para trabalhadores portugueses que laboraram no país, o mesmo já não acontece com cidadãos moçambicanos que querem dirigir-se àquele país europeu para tratar de vários
assuntos de natureza laboral e mesmo de índole estudantil.
Segundo relatam as nossas fontes, conseguir um visto para Portugal constitui uma miragem pois, de acordo com um cidadão há mais de dois meses à espera do visto para aquele país, “o nosso Governo, através do Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação(MNEC) devia entar mecanismo para que o visto para aquele país não seja um bicho de sete cabeças”.
Mais, “as coisas andam bem ao nível superior mas, cá em baixo o cidadão pacato sofre para conseguir um visto para Portugal”, desabafou um cidadão que pediu anonimato por achar que o seu nome pode circular nas chancelarias estrangeiras.
Um cidadão ainda retorquiu: “os nossos governantes deviam vestir a pele de muitos moçambicanos que desesperadamente tentam em vão entrar em Portugal que, devido ao processo burocrático na tramitação do visto não é possível; aquilo é uma humilhação e como Nação, os nossos dirigentes não devem permitir”, ou melhor, “não estou a pedir que os portugueses não entram no país mas, deve haver uma igualdade no tratamento para o bem de todos”.
Por exemplo, uma outra fonte questionou: “se o MITRAB passou acima de mil vistos para portugueses e quantos foram passados para os moçambicanos? Acredito que nem cem chegam”.
Para muitas das nossas fontes, o dossier dos vistos é tão importante e que urgentemente devia merecer um tratamento especial pelos governantes dos dois países, isto visando a valorização das relações bilaterais existentes”, ou melhor, “a nossa diplomacia não tem sido contundente no tratamento deste assunto tão sensível para as duas Nações.
I TRIMESTRE
Entretanto, quando ao 1º Trimestre de 2010, o MITRAB autorizou 2.717 trabalhadores estrangeiros e, um total de 1.146 vistos de trabalhadores estrangeiros caducaram nesse mesmo período.
Ainda neste espaço de tempo, o mercado laboral moçambicano absorveu mais trabalhadores sul-africanos, com o número de 404, portugueses (319), indianos (257) e britânicos (100) autorizados, ficando o restante distribuído nas outras nacionalidades.
Recordar que outros sectores que mais absorveram a mão-de-obra estrangeira no período em referência foram os de actividades não financeiras, com um total de 1.060, seguindo-se os da indústria de extracção mineira com 341 vistos de trabalho emitidos, construção civil (171) e agricultura (136), respectivamente.
(V.M)
VERTICAL – 27.05.2010
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