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Sunday, January 3, 2010

Boato leva centenas de pessoas às matas


Em Marínguè



Grande parte da população residente na vila sede do distrito de Marínguè e arredores, na província de Sofala, abandou as suas residências na manhã do último domingo, temendo confrontos entre os homens armados da Renamo e a Força de Intervenção Rápida.
Tudo começou quando membros da Renamo e da Frelimo contactaram, em momentos diferentes, os populares para transmitirem mensagens pouco claras.

Por exemplo, a Frelimo afirmou que “a Renamo, aqui em Marínguè, está a preparar manifestações para contestar os resultados. Não as adiram e procurem fazer as vossas actividades normais”.A Renamo, por seu turno, contactava a mesma população, apelando-a a aderir às manifestações e, caso alguém não tivesse coragem, devia abandonar a vila.

Assim, temendo o pior e com o boato posto a circular de que a Renamo estava disposta a tomar de assalto a administração, centenas de residentes abandonaram as suas casas, levando consigo os seus parcos haveres, refugiando-se nas matas ou migrando para outros pontos do país.

O boato ganhou consistência quando, no último fim-de-semana, a polícia reforçou o seu contingente de forças especiais naquele distrito. Enquanto isso, membros seniores da Renamo, entre eles o delegado político e antigos guerrilheiros residentes fora daquele distrito, escalaram Marínguè.

Rafael Júnior, residente em Marínguè, contou ao nosso jornal que foi contactado pessoalmente por dois membros da Renamo, que se identificaram por Quembo e Feniasse, pedindo que aderisse às manifestações ou procurasse lugar seguro, porque as manifestações “não estavam para brincadeiras e eram para homens”.

“Sou homem, mas também não sou voluntário para morrer, daí que recolhi os meus bens e a minha família e fomos para as matas. Mas, hoje (ontem), quando escutei através da Rádio que não havia manifestações, decidimos retornar à nossa casa, assim como muitas outras famílias”.

Verónica Daniel, outra residente naquele distrito, apontou o primeiro secretário distrital da Frelimo como um dos culpados da agitação em Marínguè. “Eu acho até que ele não fez de propósito. Foi apenas dificuldade de transmissão de algumas ideias ou informações que, infelizmente, foram mal interpretadas por muitos de nós.

Nós sofremos muito com a guerra e uma informação dessa foi suficiente para escolher o melhor caminho que, para nós população, é fugir.

FRELIMO E RENAMO ACUSAM-SE

O primeiro-secretário da Frelimo, em Marínguè, André Chidacua, disse que em nenhum momento agitou a população em torno dos planos obscuros da Renamo. “O que nós fizemos desde os primeiros momentos foi apelar à população à calma e a pautarem por comportamentos nacionalistas rumo a um desenvolvimento sustentável. Alguém se fez passar por nós e criou este falso alarme. Isto é obra da própria Renamo para esconder a vergonha da pesada derrota aqui mesmo em Marínguè, onde era alegadamente o seu bastião.

Já a Renamo, através do seu delegado distrital, Jorge Campira,num discurso ameaçador, disse que ficou muito surpreendida quando viu vários agentes da FIR a circularem pela vila sede, em locais de maior aglomeração, com a alegação de que era para manter a ordem pública’, que os “perdizes” estavam a desestabilizar. “Falar de manifestações e da vinda do nosso delegado político provincial é criar desestabilização. Foi a Frelimo que inventou a história de assalto à administração. Se nós quiséssemos assaltar Marínguè, já o teríamos feito há muito tempo. Que experimentem nos atacar, verão quem realmente somos. Haverá um rio de sangue”.

ADMINISTRADOR CONFIRMA BOATO

O administrador do distrito de Marínguè, Abssalam Chabela, confirmou que o abandono da vila por parte de alguns populares foi originado por um boato que saiu das hostes da Renamo, dando conta de que, as suas manifestações, alegadamente marcadas para a última segunda-feira, culminariam com o assalto à administração.

“Pessoalmente, fui ter com os membros da Renamo aqui em Marínguè para saber o que se passava. Paradoxalmente, garantiram-me que não haveria manifestações e muito menos assalto à administração.

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