Maputo, 12 Dez (Lusa) - A RENAMO, maior partido da oposição moçambicana, disse hoje que o facto do Presidente da República ter mudado de ministro da Agricultura pela terceira vez em três anos revela "precipitação e que o país está órfão de liderança".
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O Presidente moçambicano, Armando Guebuza, exonerou na segunda-feira Erasmo Muhate do cargo de ministro da Agricultura, apontando para o cargo Soares Nhaca, que era vice-ministro do Trabalho.
Muhate ficou apenas 10 meses como ministro da Agricultura, depois de ter substituído em Fevereiro passado Tomás Manjate, que ocupou a pasta durante três anos, desde Fevereiro de 2004.
Reagindo ao que qualifica como "instabilidade num Ministério nevrálgico", o porta-voz da RENAMO, Fernando Mazanga, disse à Lusa que "as constantes exonerações no Ministério da Agricultura são nocivas ao rumo certo que este sector deve seguir, para poder produzir e exportar" géneros alimentares.
"Quando se muda tanto, entramos naquela situação em que é melhor mudar de presidente e não de treinador ou jogadores. Dá a ideia que o Presidente da República anda a nomear pessoas que não conhece e arrepende-se sempre", enfatizou Mazanga.
Para a RENAMO, a actuação do chefe de Estado em relação à agricultura tem sido marcada por erros, com mudanças constantes de opções a baralhar completamente os camponeses e os agentes do sector.
"Já ouvimos o Presidente a proclamar a jatropha como a sua aposta para a produção de bio-combustíveis e assim iludir os camponeses a deixarem de produzir comida, para depois se aperceberem que não há mercado para isso", frisou Fernando Mazanga.
A jatropha é uma planta que até há bem pouco tempo florescia espontaneamente em vários pontos do país, mas passou a ser cultivada de forma mais sistemática pelos camponeses, após o Governo encorajar o cultivo dessa espécie, com o argumento de que a mesma tem potencial para a produção de bio-combustíveis.
O maior partido da oposição moçambicana acusou ainda o executivo de não ter uma direcção própria para a agricultura, limitando-se a importar terminologias como "revolução verde" sem criar condições para aplicar as transformações que se pretendem nesse domínio.
"Devido à falta de uma opção clara, o país vai continuar a depender do exterior, enquanto tem potencial para produzir comida e exportar", acentuou Fernando Mazanga.
PMA.
Lusa/Fim
© 2007 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.
2007-12-12 15:40:01
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