O presidente da RENAMO, o maior partido da oposição em Moçambique, Afonso Dhlakama, acusou hoje a comunidade internacional de "silêncio cúmplice" em relação a uma alegada partidarização do Estado pelo partido no poder, a FRELIMO.
Dhlakama insurgiu-se contra a postura da comunidade internacional quando falava no Conselho Nacional da RENAMO que se encontra reunido desde domingo na Beira, a segunda cidade mais importante do país.
Segundo o líder da oposição moçambicana, a governação do actual Presidente da República, Armando Guebuza, tem sido caracterizada pela partidarização do Estado, exclusão social e pela ausência de uma política nacional de enquadramento dos jovens recém-formados.
"Estranhamente, a comunidade internacional tem mantido um silêncio cúmplice diante desta situação, salvo as poucas excepções de algumas críticas que vão surgindo de vez em quando. Temos a consciência da importância que o apoio da comunidade internacional representa no nosso orçamento do Estado, mas também temos a responsabilidade de exigir uma maior justiça e equidade na sua aplicação", sublinhou Afonso Dhlakama.
O funcionamento do Estado moçambicano depende em cerca de 50 por cento dos doadores internacionais, que financiam directamente o seu orçamento.
Dhlakama disse recear o efeito negativo que "o cansaço dos eleitores" poderá provocar nas próximas eleições provinciais, agendadas para 16 de Janeiro de 2008, apelando aos militantes do seu partido, para motivarem o eleitorado a recensear-se e a participar no escrutínio.
Além das eleições para as assembleias provinciais, Moçambique terá também eleições autárquicas em 2008 e gerais (presidenciais e legislativas), em 2009.
"É preciso desenhar uma estratégia de como mobilizar todo o cidadão, com idade de votar, para se recensear. Temos de ter muito cuidado com o cansaço do eleitor, porque pode ser um risco para a nossa vitória. É preciso elevar a motivação e a confiança das pessoas, para votarem", enfatizou o presidente da RENAMO.
Além de definir uma estratégia para as próximas eleições provinciais, o Conselho Nacional da RENAMO vai ainda deliberar sobre a realização ou não este ano do próximo congresso do partido.
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