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Tuesday, July 3, 2007

Credibilidade de Máximo Dias está a ser posta em causa

Credibilidade de Máximo Dias está a ser posta em causa
Fundação da Renamo e morte de Matsangaíce As recentes declarações do advogado Máximo Dias ao diário oficioso «Notícias» de Maputo, em que ele é citado a afirmar-se como “membro fundador da Renamo” estão a suscitar uma acesa polémica num blog da Internet (Moçambique para Todos), havendo vozes que até já reclamam a expulsão do deputado da bancada da Renamo-União Eleitoral da Assembleia da República por alegada e manifesta “falsificação” da história recente de Moçambique.Na edição de 27 de Junho, Máximo Dias, que é líder da MONAMO, um dos partidos que forma a coligação Renamo-UE, é citado pelo jornal Notícias como tendo sido “um dos fundadores da Renamo, juntamente com André Massangaissa e outros companheiros” e que o movimento actualmente dirigido por Afonso Dhlakama terá sido fundado na Beira em 1976.Estudos revelam que na realidade Máximo Dias não teve qualquer papel na fundação da Renamo e duvida-se mesmo que alguma vez tenha conhecido André Matsangaíce, forma correcta de se designar o guerrilheiro que viria a por em marcha a luta contra o regime de partido único imposto pelo partido Frelimo em Moçambique. Uma primeira oportunidade de Máximo Dias em reunir-se com Matsangaíce terá ocorrido em Maio de 1979 quando aquele advogado visitou a Rodésia. Todavia, o encontro entre os dois nunca se materializou, tendo o líder da Monamo apenas logrado um encontro com oficiais do CIO (serviços secretos) da então Rhodesia do Sul (hoje República do Zuimbabwe). Máximo Dias tentou uma nova abordagem à direcção da Renamo quando visitou a África do Sul em Dezembro de 1980, na companhia de um correligionário seu do MONAMO, mas tal como da primeira vez não conseguiu avistar-se com o líder do movimento de oposição ao regime da Frelimo que na altura já era Afonso Dhlakama, asseguram fontes presentes no local na circunstância.Lê-se no Blog que a Renamo só surgiu após a fuga de André Matsangaíce para a Rhodesia, facto que só ocorreria em Setembro de 1976. No momento da fuga, Matsangaíce encontrava-se já há alguns meses detido em Cudzo (vulgo Sacuzi), campo de reeducação situado nas redondezas da Serra da Gorongosa, província de Sofala. O próprio nome do movimento - Resistência Nacional Moçambicana - só foi anunciado pela primeira vez numa emissão da Voz da África Livre em Novembro de 1976, portanto, já depois da fuga de André Matsangaíce para a Rhodesia, o que anula a hipótese de Máximo Dias ter tido qualquer papel na fundação do movimento armado.É revelado no mesmo Blog, «Moçambique para Todos», que o nome do partido actualmente presidido por Afonso Dhlakama foi inspirado nas cartas que um ouvinte da Voz da África Livre, aparentemente a residir na altura em Maputo, enviava àquela estação radiofónica e que tinham a particularidade de terminar com a palavra de ordem, “Viva a Resistência”. Este slogan passou a ser usado nas emissões da «Voz da África Livre» como que “a simbolizar o que se idealizava ser a revolta dos moçambicanos contra o novo regime, e organizada em moldes semelhantes à da Resistência Francesa.” Essas cartas teriam sido redigidas somente a partir de Agosto de 1976, altura em que a emissora anunciava o seu endereço postal como sendo em Salisburia (actual Harare), e quando Matsangaíce ainda se encontrava no campo de reeducação em Cudzo (ou Sacuzi).O líder do Monamo refere nas suas declarações ao Notícias que “André Matsangaissa pode ter sido morto pela própria Renamo, enquanto movimento de guerrilha, por alegadamente nunca ter aceite a forma como os seus companheiros de luta conduziam a guerra que dilacerou o tecido económico e social moçambicano.”É sabido que Matsangaíce morreu em combate na região da Gorongosa a 17 de Outubro de 1979, durante uma ofensiva militar de grande envergadura lançada pelas Forças Armadas de Moçambique-FPLM (FAM-Forças Populares de Libertação de Moçambique), a qual foi reportada pelo mesmo jornal que divulgou agora as controversas declarações de Máximo Dias.A morte de Matsangaice ocorreu numa altura em que as FPLM levavam a cabo operações militares na região da Serra Gorongosa, que albergava a base central da Renamo, segundo revela um comunicado do Chefe de Estado-Maior da FPLM emitido no mês posterior ao desaparecimento físico do líder da Renamo e que foi publicado na edição de 3 de Novembro de 1979 do diário Notícias. Por sua vez, o semanário Domingo, edição de 25 de Dezembro de 1988, cita Bernardo Cadeado, membro das FPLM, como tendo referido que Matsangaíce havia ficado desfeito como resultado de um ataque de morteiro lançado por uma unidade das forças governamentais estacionadas na sede do distrito de Gorongosa.Na versão da Renamo, que coincide no essencial com o que afirma aquele soldado, André Matsangaíce foi morto quando dirigia um contra-ataque contra um contingente das FPLM estacionado na vila da Gorongosa e que contava com a assessoria de efectivos cubanos.CANAL DE MOÇAMBIQUE - 03.07.2007

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