Sunday, June 24, 2012
África do Sul: Zuma, um estadista defensor de uma “Nação” Zulu
Dom, 24 de Junho de 2012 18:28
. Um segundo mandato do Presidente Jacob Zuma, na liderança do Congresso Nacional Africano (ANC), no poder na África do Sul, está sendo refutado por vários quadrantes da vida, com uns a considerarem o estadista sul-africano como um defensor da “Nação” Zulu.
Prince Mashele, Director Executivo do Forum para o Diálogo Público e professor de Ciêncas Políticas na Universidade sul-africana de Pretória, capital sul-africana, fez uma análise, há dias, sobre o assunto.
Mashele, que é também autor de um livro intitulado “Death of Our Society”, que traduzido de inglês para português significa “Morte da Nossa Sociedade”, disse que Zuma passa mais tempo em construir alianças estratégicas na província do KwaZulu-Natal, sua terra natal, o que dá imprensão de estar a dar primazia a sua tribo (Zulu).
Citando um membro do Comité Exectivo Provincial (PEC) do Congresso Nacional Africano (ANC) em Mpumalanga, a oeste da província sulista moçambicana de Maputo, o articulista admitiu que o apoio de Zuma no KwaZulu-Natal é mais por ser um Zulu.
No anonimato, o referido membro considerou se tratar de um segredo que existe desde que Zuma se tornou Presidente, nas eleições gerais de 2009, que a província do KwaZulu-Natal tem sido premiada.
Ilustrou o caso do grosso dos postos ministerais ser chefiado por pessoas de origem Zulu. Os Xosas, da tribo dos antigos Presidentes, Nelson Mandela, e Thabo Mbeki, foram afastados dos seus postos.
Sublinhou que o aparato de segurança é dirigido por Zulus, não só, como também eventos de importância internacional decorrem na província do KwaZulu-Natal.
Mashele escreveu que até existem sul-africanos que acreditam que a área de Nkandla, aldeia natal de Zuma, tornar-se-á, num futuro próximo, numa grande cidade, onde estão sendo construidos hoteis e igrejas de categoria mundial.
O articulista afirmou que como resultado disso, a lealidade política zulu mudou do Partido da Liberdade Inkatha (IFP), do Príncipe Zulu, Mangosuthu Buthelezi, para o ANC. A província do KwaZulu-Natal, segundo Mashele, é a mais representativa do partido no poder no país.
Ele considerou que o que está a acontecer naquela região é um simples cálculo utilitário, a avaliar que para um Zulu, o importante é o IFP, uma pequena formação fundamentalista cultural a operar em algumas partes do KwaZulu-Natal, e o ANC, dirigido por um Presidente de Nkandla.
Ele falou do que classificou da morte lenta do Inkatha e a tomada do ANC do grosso do KwaZulu-Natal.
Sendo um partido político que procura ganhar as próximas eleições, o ANC deve, de facto, aplaudir o papel que Zuma está a efectuar, com vista a trazer antigos membros do Inkatha nas suas fileiras.
Não passa muito tempo que a região do KwaZulu-Natal foi uma “dores” de cabeça para o ANC, sobretudo antes e depois da queda do “apartheid” em 1994.
O Inkatha notabilizou-se em campanhas tendentes a frustrar o processo negocial sul-africano, o que viria a resultar em escaramuças sangrentas na região, entre seus apoiantes e do ANC.
Houve um tempo em que para acabar como o Inkatha parecia um sonho. É precisamente Zuma que agora aparece a revitalizar o IFP, sempre numa perspectiva, segundo Mashele, de galvanizar a cultura Zulu.
Por muitos anos, Buthelezi provou ser um adepto do empreendimento tribal Zulu, o que é um perigo para o próprio nacionalismo sul-africano, a avaliar que o ANC poderá ser visto como um instrumento de exaltação de uma dada etnia.
Fonte: (RM/AIM)
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