A RENAMO, o principal partido da oposição em Moçambique, liderado por Afonso Dhlakama, felicitou ontem, quinta-feira, o Movimento Democrático de Moçambique, de Daviz Simango, pela vitória do seu militante, Manuel de Araújo, na eleição intercalar desta quarta-feira no município de Quelimane, a capital da província central da Zambézia.
A conferência de dados/votos, feita logo após à eleição, dá como virtual vencedor Manuel de Araújo, candidato do terceiro maior partido da oposição moçambicana, o Movimento Democrático de Moçambique (MDM), na eleição para a presidência de Quelimane, centro do país. enquanto isso, nas autarquias de Pemba e Cuamba, a vitória foi para Frelimo, tradicional vencedor em pleitos do género.
Comentando esta quinta-feira em torno da vitória do MDM, partido que resultou de uma cisão na RENAMO, na quarta maior cidade do país, o porta-voz, Fernando Mazanga, do principal partido da oposição congratulou-se com o resultado da eleição em Quelimane, Zambézia, considerando-a “histórica”.
“É uma vitória histórica, porque, depois da Beira, a FRELIMO perde Quelimane. Isto é uma mensagem de que o povo está cansado de ser governado pelas mesmas pessoas e quer novas soluções”, afirmou Fernando Mazanga, referindo-se ao domínio da vida política nacional pelo partido no poder, desde a independência do país em 1975. Segundo Fernando Mazanga, a vitória do MDM em Quelimane vai galvanizar os eleitores de outros pontos do país a acreditar na mudança nas eleições autárquicas de 2013 e gerais de 2014.
“O que se passou em Quelimane é um rastilho, porque quando queima uma palhota as mais próximas também queimam”, observou o porta-voz da RENAMO, aludindo à possibilidade de mais municípios votarem nos partidos da oposição nos próximos pleitos eleitorais. Apesar da vitória do MDM num município onde a RENAMO tem conseguido bons resultados nas eleições gerais, Fernando Mazanga realçou que o seu partido não está arrependido por ter boicotado as eleições intercalares, porque essa decisão evitou que Quelimane continuasse nas mãos da FRELIMO.“Se a RENAMO tivesse concorrido, a FRELIMO teria apurado o faro de fraude, porque a FRELIMO encara-nos como inimigos e não como adversários políticos. As tropas governamentais comandadas pela FRELIMO e a ex-guerrilha da RENAMO travaram um sangrento conflito armado durante 16 anos, que terminou com a assinatura do Acordo Geral de Paz em 1992. (Viviana Castelo)
Fonte: PUBLICO – 09.12.2011
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