Quelimane (Canal de Moçambique) - A sensivelmente cinco meses para a realização das primeiras eleições para formação das assembleias provinciais – uma das quais a da Zambézia – a Renamo, nesta província, já começa a arrumar a casa. No seio deste que é o maior partido da oposição no país, conjuga-se o mesmo refrão de optimismo. Esperam voltar a amealhar mais votos na província do que o partido no poder, à semelhança do que sucedeu em todos os anteriores escrutínios eleitorais em que a Renamo, apesar da tendência decrescente de número de assentos na Assembleia da República, sempre superou o seu rival, o partido Frelimo. Uma das estratégias para a almejada vitória que a Renamo espera no pleito de Dezembro, segundo revelou o delegado político provincial daquele partido, Evaristo Wachave, “é haver uma mobilização massiva da população para se recensear e daí estar apta a ir às urnas”. Segundo Wachave, “já foram sensibilizados todos os delegados distritais, das localidades no sentido de levarem a mensagem da importância do recenseamento eleitoral e de participar na votação até a base”. “A ideia” do seu partido, segundo a fonte, “é conseguir que toda a população com idade a partir dos 18 anos possa se recensear e exercer o seu dever de votar”. Wachave fez saber que “os delegados distritais têm a missão de inteirarem-se sobre o número de cada assembleia de voto e sua localização visando permitir uma boa planificação em termos da presença da Renamo nesses locais através dos seus fiscais”. “Desta vez, esforços estão na forja, visando garantir que a Renamo esteja presente em todas assembleia de voto com os seus fiscais, de modo a neutralizar eventuais tentativas de manobra na contagem de votos”. Falando sobre a redução do número de eleitos pelo partido de Afonso Dhlakama na Zambézia há medida que vão-se realizando eleições, Wachave defendeu que “o problema está nas Assembleia de voto que tem vindo a reduzir, numa suposta manobra para impedir que a Renamo saia vitoriosa”. “Desta vez a Renamo vai pressionar no sentido de as Assembleia de voto voltarem aos lugares de 1994, nas primeiras eleições, em que a distância percorrida pelas populações para chegar ao posto de votação rondava menos de 10 km”. “Eles”, referindo à Frelimo e ao Governo, “sabem que nós temos aceitação no meio rural, lá na base onde vive a população que continua a sofrer, razão pela qual eles diminuem o número de assembleia de voto originando longas distâncias, o que dificulta o acesso de pessoas que apostam no nosso programa de governação” – disse o delegado da Renamo na Zambézia para quem “eles ainda desorganizam os cadernos impedindo a grande parte da nossa população, de votar”. Quanto a meios financeiros para que consigam garantir a presença da Renamo em todas assembleia de voto, Ernesto Wachave disse que esse factor “já está sendo objecto de analise e tudo indica que é possível com as contribuições dos seus membros”.
Membros da Renamo passarem para a Frelimo não é problema
O ano passado e um pouco deste tem sido marcado pela “deserção” de membros da Renamo para o partido da Frelimo. Isso tem acontecido um pouco por cada parcela do país e a província da Zambézia não foge à regra. A província da Zambézia é o segundo maior círculo eleitoral de Moçambique. O maior é o da província de Nampula. Evaristo Wachave diz que “a suposta fuga dos seus membros para o partido no poder, não constitui nenhum problema”. Sustenta que “a Renamo é espelho de democracia onde cada um é livre de escolha”. Num outro desenvolvimento, Wachave disse que “os membros em causa, alguns deles apenas regressaram para a sua proveniência”. Citou o caso de Victor Duarte que “como forma de garantir o sucesso da sua vida empresarial decidiu juntar-se à Frelimo”.
(António Zefanias)
2007-07-17 08:08:00
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