Thursday, May 24, 2012
Governo está a negociar três biliões de dólares para linha-férrea Sena-Nacala-Porto
Maputo (Canalmoz) - O Governo moçambicano está a negociar junto das instituições financeiras nacionais e estrangeiras uma verba de cerca de três mil milhões de dólares norte-americanos para a construção da linha-férrea Sena-Nacala-Porto, ligando as províncias de Sofala e Nampula, respectivamente. O facto foi revelado esta quarta-feira em Maputo pelo ministro dos Transportes e Comunicações, Paulo Zucula, durante a trigésima terceira reunião da Associação dos Caminhos-de-Ferro da África Austral (SARA).
Tratou-se de um encontro que tinha como principal objectivo fazer o balanço das actividades realizadas pela Associação durante o ano passado, bem como perspectivar acções futuras tendentes a mover mecanismos que permitam a melhoria e a adopção de infra-estruturas e equipamentos ferroviários que se adoptam à dinâmica do actual mercado nacional e regional, como é o caso do crescimento da indústria de extracção mineira no país.
É nesta perspectiva que o ministro dos Transportes e Comunicações anunciou que o Governo moçambicano está a trabalhar no sentido de encontrar uma solução viável e sustentável em termos de transporte para o escoamento do carvão mineral de Moatize e outros minerais de Tete para o Porto de Nacala.
E esta solução passa pela construção de uma linha-férrea a partir de Sena, na província de Sofala, para Nacala, em Nampula. Uma linha que não passe pelo Malawi.
Trata-se de uma linha que, segundo Zucula, se espera que esteja “pronta entre 2017 e 2020”.
“Com esta linha esperamos duplicar o nosso sistema de caminhos-de-ferro, o que nos permitirá responder melhor aos actuais desafios da economia da região e nacional, no tocante ao transporte de mercadorias com particular destaque para minérios e produtos agrícolas produzidos localmente”, sublinhou o ministro dos Transportes e Comunicações para depois concluir que “como se pode depreender, é uma linha muito importante para o país e região Austral, daí o esforço do Governo no sentido de obter este financiamento que também servirá para a construção de uma outra linha-férrea que ligará a província de Tete e o norte do país via Malawi”.
É preciso modernizar equipamentos ferroviários
Na ocasião, o ministro dos Transportes e Comunicações de Moçambique lançou um apelo a todos os gestores dos Caminhos-de-Ferro da região Austral da África no sentido de mobilizar o incremento de investimentos na área de construção de mais infra-estruturas ferroviários e aquisição de equipamentos modernos, visando fazer face à concorrência de outros meios de transporte de mercadoria e de passageiros.
“Como é de conhecimento de todos, a alta do custo de transporte ferroviário está a contribuir para a desaceleração das exportações e importações na Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), concorrendo para a redução da competitividade dos negócios da região no mercado global”, afirmou Paulo Zucula, para depois explicar que “a solução deste problema passa pelo incremento de mais investimentos que nos permitirá reabilitar e construir mais linhas-férreas, bem como a aquisição de equipamentos modernos”.
Com estas metas realizadas, de acordo com Zucula, estarão reunidas todas as condições para que haja uma redução das taxas de transporte de mercadorias e de passageiro e, consequentemente, permitirá concorrer em pé de igualdade com os outros meios de transporte.
Refira-se que o encontro ficou marcado pela eleição do Presidente do Conselho de Administração (PCA), dos Caminhos-de-Ferro de Moçambique (CFM), Rosário Mualeia, como presidente do SARA.
E por via disso, Moçambique assumiu a presidência desta organização por um período de um ano. (Raimundo Moiane)
Fonte: CANALMOZ
Wednesday, May 16, 2012
Pobreza é calcanhar de Aquiles do rápido crescimento económico
Moçambique Crescimento resulta em desigualdades Notícias Portuguese
Moçambique: Crescimento resulta em desigualdades
Moçambique poderá ocupar o segundo lugar no continente africano em termos de crescimento económico no período 2011/2015.
Mas a pobreza continua a ser o calcanhar de Aquiles desse desenvolvimento, diz um relatório acabado de publicar.
Segundo o grupo de personalidades “Africa Progress Panel”, liderado pelo antigo Secretário-geral da ONU Kofi Annan e do qual faz parte também a antiga primeira-dama moçambicana Graça Machel, o grande desafio moçambicano neste momento é a falta da redução da pobreza.
O relatório diz que Moçambique não tem conseguido baixar a pobreza apesar dos seus níveis de crescimento.
Um dos grandes perigos para Moçambique, diz o documento, é o crescimento das desigualdades entre ricos e pobres, acrescentando que Moçambique é um dos países com maior desníveis, já que 10% dos considerados ricos têm rendimentos 19 vozes superiores aos primeiros 10% dos mais pobres do país.
Na introdução do relatório Annan afirma que aumentar a produtividade de pequenos produtores agrícolas é crucial para reduzir as desigualdades.
Isto aliás coincide com as propostas apresentadas por um relatório da ONU sobre a situação de insegurança alimentar e que a Voz da América aborda nutra reportagem neste “site”.
O documento faz notar que a produtividade agrícola em Moçambique é a mais baixa da África Austral.
O ministério da planificação e desenvolvimento de Moçambique recusou-se a comentar o relatório do “Africa Progress Pannel”.
Ouça a reportagem do Simião Pongoane
VOA – 15.05.2012
Subscribe to:
Posts (Atom)