Saturday, January 22, 2011
Governação de Guebuza entre o “bom e o péssimo”
"Existe uma grande crise de autoridade no Governo”
Os partidos políticos com representação parlamentar divergem em torno da prestação de Armando Guebuza e seu governo, neste primeiro ano do seu segundo mandato.
Para o porta-voz da Renamo, Fernando Mazanga, o primeiro ano deste segundo mandato de Guebuza “respondeu àqueles que tinham dúvidas da legitimidade deste Presidente e do seu governo. Os escândalos sucederam-se e ninguém veio a público apresentar uma resposta. Há uma indiciação do Presidente da República no narcotráfico e até hoje não veio desmentir”, acusa Mazanga. Por outro lado, Mazanga acusa o Presidente e o governo de terem rompido o pacto social com os governados. “As manifestações de 1 e 2 de Setembro vieram provar isso. As alegadas medidas de austeridade tomadas mostram, claramente, que esta classe governante não conhece o problema. Não se percebe até que ponto estas medidas podem ter resolvido o problema dos moçambicanos. Continuamos a ver o povo a sofrer e a mergulhar, cada vez mais, na pobreza extrema e a viver em condições altamente degradantes. Portanto, estamos perante resultados desastrosos”.
Na mesma senda de críticas, o secretário-geral do Movimento Democrático de Moçambique, Ismael Mussá, disse que o seu partido não viu nada de positivo neste primeiro ano do mandato de Guebuza. “Foi uma decepção total. esperávamos que o Presidente imprimisse uma outra dinâmica e isso não aconteceu. As manifestações de 1 e 2 de Setembro apontam nesse sentido. Neste primeiro ano, acabou fazendo remodelações no Governo. Aqui, devemos destacar o sector da agricultura que teve vários ministros em seis anos do seu mandato, o que prova que não tem nenhum programa para o sector. Isso leva-nos a concluir também que o problema não está nos ministros, mas no Presidente, que não tem nenhum programa. Existe também uma grande indefinição na medida em que as decisões tomadas não são cumpridas. Existe uma grande crise de autoridade no Governo”.
Mussá entende que a crise de autoridade no Governo deriva do facto do Executivo ter anunciado um conjunto de medidas de cumprimento obrigatório, que não estão a ser cumpridas. “O Governo disse que era preciso inspeccionar os veículos mas, até hoje, ninguém sabe quando é que termina o prazo. Idem para o registo dos cartões SIM, troca de cartas de condução (…). são medidas que não foram cumpridas, o que mostra que estamos perante uma crise de autoridade”, afirmou Mussá .Longe das críticas está a Frelimo. Para o partido no poder, “o primeiro ano deste segundo mandato foi recheado de grandes realizações”.
Edson Macuácua, o porta-voz da Frelimo, afirma que “foi um ano em que houve a reafirmação da coerência da governação do Presidente Guebuza. Foi um ano em que foi consolidado o Fundo de Investimento à Iniciativa Local, vulgo ‘sete milhões’, que estão a funcionar como um instrumento de unidade nacional, de promoção do empreendedorismo, mas, acima de tudo, um instrumento de distribuição equitativa da riqueza nacional e de justiça social”. Mais: Macuácua diz que este primeiro ano deu especial importância à segurança alimentar, corporizada pela entrada em acção do Plano de Acção para a Produção de Alimentos, que está a dar os resultados desejados. Macuácua destaca também o facto desta governação ter reafirmado que o “combate à pobreza continua o centro de gravidade da esfera governativa. E, perante este facto, existe a convicção firme de que estamos bem e no caminho certo”, defende.
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