Friday, February 25, 2011
Algodão recupera e motiva produtores
OS RENDIMENTOS do algodão podem registar melhorias significativas nos próximos tempos, tendo em conta o actual cenário dos preços no mercado internacional. Actualmente, a tonelada do produto está cotada em cinco mil dólares norte-americanos, contra os 1000 a 1100 dólares praticados há bem pouco tempo.
Maputo, Sexta-Feira, 25 de Fevereiro de 2011:: Notícias
Esta fasquia é considerada encorajadora, quer para as empresas fomentadoras, quer para os camponeses que vinham acumulando prejuízos resultantes dos baixos preços praticados no mercado internacional, destino de quase todo o algodão produzido em Moçambique.
A queda de preços, que chegou até aos 650 a 700 dólares por tonelada no início da crise mundial, foi, aliás, a razão da desistência massiva dos camponeses no cultivo daquele produto estratégico. A situação levou a que o número de famílias praticantes da cultura no país reduzisse de 300 mil para as actuais 230 mil.
De uma produção média anual de 70 a 80 mil toneladas, o algodão em Moçambique caiu para cerca de 40 mil toneladas no ano passado.
A subida de preços a nível internacional, motivada pela queda da produção mundial do “ouro branco”, aliada à escassez do produto, numa altura em que também aumentam as necessidades de consumo, levou a que em Moçambique se estendesse a projecção das áreas cultivadas de 100 mil hectares no ano passado para 130 mil hectares este ano.
Em contacto com o nosso jornal, o director do Instituto do Algodão de Moçambique (IAM), Norberto Mahalambe, lamentou o facto de os bons preços praticados no mercado internacional não poderem ser melhor aproveitados pelos nacionais.
É que, segundo a sua explicação, devido aos sucessivos prejuízos acumulados pelas empresas fomentadoras nos últimos dez a quinze anos, estas foram reduzindo as suas intervenções, o que se traduz num baixo aproveitamento desta subida vertiginosa no valor comercial do produto.
“Outro factor determinante é que, neste momento, o algodão produzido em Moçambique é vendido com base em contratos futuros, o que faz com que todo o algodão produzido tenha sido adquirido a preços baixos que os actuais”, indicou Mahalambe.
A fonte acrescentou que, apesar deste factor, a subida de preços mostra-se benéfica na medida em que as empresas nacionais podem negociar contratos futuros com preços razoavelmente superiores.
Outro factor apontado como concorrendo para o baixo aproveitamento desta alta de preços é que, segundo Mahalambe, muitas empresas estão descapitalizadas para poderem aumentar as áreas de cultivo.
No total, Moçambique deverá produzir este ano pouco mais de 50 mil toneladas, número considerado muito abaixo do potencial existente.
Fonte: JornalNotícias
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